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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
01 de dezembro de 2010 | N° 16536
PAULO SANT’ANA
Deus existe ou não existe?
Como são indecifráveis os caminhos que levam à compreensão da existência de Deus!
A principal dúvida que os ateus lançam sobre ela é como pode Deus, sendo todo-poderoso, tendo infinitas sabedoria e bondade, permitir a existência do mal?
Como pode, gritam os ateus, Deus licenciar entre os homens os assassinatos, os estupros, todas as espécies de maldade, inclusive o Complexo do Alemão? Como pode?
E até alguns mais maliciosos acusam Deus de ter inventado todas as perversões derivadas da maldade humana.
A melhor explicação que li, por parte dos defensores de Deus, é de que ele empregou toda a sua criatividade para instrumentar o homem, mas não interfere na sua vida sobre a face da Terra.
Eu simpatizo com essa versão retórica porque, se Deus interferisse em nossas vidas, seria acusado de desigual e desproporcional ao enriquecer certos homens e empobrecer a outros, por exemplo.
Assim não. Deus deu ao homem força e talento, mas depois de atirá-lo na Terra não se meteu mais na sua vida.
Deixou a cargo dos homens a construção do seu próprio destino. Disse Deus: “Vou te fazer ereto, inteligente, sensual, prolífico, mas depois que nasceres não interferirei mais no teu destino. Te vira!”.
Essa tese tem só uma falha: como é que Deus permite os terremotos, as inundações, todos os desastres climáticos, com as tragédias dos elementos sacudindo terrivelmente a sorte das criaturas humanas que vivem ao sabor dos caprichos meteorológicos?
Sendo assim, não é só com a vida dos homens que Deus não se mete, ele também não se intromete com o equilíbrio climático terrestre. Com o que, então, Deus não mexe um milímetro sequer em tudo o que criou, os seres vivos, os minerais, os vegetais, o próprio planeta.
Ou seja, Deus criou o mundo em seis dias e não descansou só no sétimo dia, descansou para todo o sempre.
Há uma posição mais confortável de alguns filósofos cristãos: Deus concedeu ao homem, sua criatura, o livre-arbítrio. Ele que fosse fazer de sua vida o que bem entendesse, depois, é claro, de ter-se apoderado dos ensinamentos religiosos.
E uma segunda posição cômoda dos filósofos cristãos e de outras seitas é de que não é acessível aos homens a compreensão sobre os mistérios divinos: aconselham aos discípulos que não procurem entender a Deus, mas devem, sim, amá-lo sem decifrá-lo, sendo este afinal o epítome (resumo) da fé.
Os ateístas não admitem discutir outra coisa, não acreditam em Deus. Os deístas, pelo contrário, ao se defrontarem com o dia e a noite, o sol e as estrelas, os animais, as plantas, todo o maravilhoso conjunto de benesses que cerca o homem na Terra, afirmam que o difícil e impossível é não acreditar em Deus.
Sem nunca ter visto Deus, resta ao homem escolher entre o bem e o mal, uma forma, aliás, de se discutir Deus.
Felizes e afortunados são aqueles que já viram com seus olhos, por milagre, ou em seus sonhos, a Deus, aos seus apóstolos, aos santos, à Virgem Maria, enquanto os que nada viram têm mais condições para mergulhar na dúvida.
Ou, quem sabe, não será a dúvida o grande facho de luz que brilha na estrada da vida para ensinar aos homens os caminhos?
“Deus, onde estás que não respondes, em que estrela, em que mundo tu te escondes, embuçado nos céus?”, bradava o jovem poeta Castro Alves ao ver os negros escravizados e torturados pelos brancos.
O grito de Castro Alves é bem a reação humana óbvia diante de qualquer dificuldade: chama-se Deus ou pensa-se em Deus.
E muitos, diante da dificuldade, por isso mesmo preferem não acreditar em Deus.
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