segunda-feira, 8 de novembro de 2010



08 de novembro de 2010 | N° 16513
PAULO SANT’ANA


Casamento feliz

Houve um ruído na relação entre Renato Portaluppi e a futura direção do Grêmio.

Em razão da minha historicidade no Grêmio, sinto-me no dever de meter o meu bedelho.

A nova direção fez uma proposta salarial para Renato treinar no ano que vem que o treinador recusou, disse que nesses termos nem pensar.

É hora de nem a direção se tornar refém estratégica do Grêmio, nem Renato se tornar refém sentimental do clube.

Este casamento entre Renato e o Grêmio tem de sair. Não só porque os noivos são velhos conhecidos, mas também porque lhes une um forte sentimento.

Os noivos já estão ao pé do altar, falta apenas alinharem-se para receber a bênção sacerdotal.

Não será uma pendenga salarial que mandará os noivos, os padrinhos e a imensa plateia para casa sem haver a cerimônia.

Nós todos conhecemos o Renato e ele me conhece, sabe do compromisso sentimental que este colunista traçou em sua carreira, exaltando-o como ninguém o fez e defendendo-o em suas estripulias como nunca nenhum outro cronista arriscou fazê-lo.

É com esta credencial que intervenho no ruído e faço um apelo a Renato.

Fica, Renato. Não estou te pedindo que fiques e ganhes um salário aviltante. Estou te pedindo para ficar ganhando um salário de R$ 400 mil, bem maior que os 275 mil que ganhas atualmente.

Com esses 400 mil mensais, Renato só ficaria salarialmente abaixo de Luiz Felipe, Luxemburgo e Muricy, monstros sagrados da treinadoria. Abaixo de ninguém mais.

Se tu não ficares, Renato, nós todos ficaremos sem jeito, tortos na vida. Nós, da torcida, e tu.

Nunca um clube foi tão talhado para um treinador e um treinador foi tão talhado para um clube como neste caso, os dois foram feitos um para o outro.

Então, nós, da torcida, e tu, Renato, queremos que tudo se resolva esta semana.

O teu trabalho no Grêmio é incomparável, Renato. Tiraste o time da zona escura e árida da segunda divisão para os albores quem sabe até de uma Libertadores, ainda remota, mas possível.

Mas o Grêmio também te proporcionou notoriedade, tanto como jogador como agora de treinador.

Dr. Paulo Odone e Renato: vamos selar este contrato para todos nos tornarmos felizes.

Nenhum lado de refém do outro, vamos em frente e conquistaremos em 2011 o Brasileirão e o ingresso na Libertadores, se não ingressarmos este ano.

Anunciem este contrato e milhões de gaúchos gremistas vão vibrar até o estrépito das maiores emoções.

Nem me passa pela cabeça, como não passa pela cabeça de nenhum gremista, um Grêmio sem Renato ou um Renato sem Grêmio em 2011.

Renato, companheirão dos velhos tempos, atende o meu apelo!

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