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segunda-feira, 22 de novembro de 2010
22 de novembro de 2010 | N° 16527
PAULO SANT’ANA
Um casamento notável
Fui sábado ao jantar dançante de casamento do casal Joaquim e Débora Xavier. É incrível, mas eles estiveram durante 11 anos separados. E agora casaram pela segunda vez.
Milhares de homens casam pela segunda vez, mas nunca com a mesma mulher do primeiro casamento.
Pois o oftalmologista e cirurgião Joaquim Xavier entregou-se a essa façanha. Ele esteve separado da Débora por 11 anos, certamente andou fuçando namoro com outras mulheres, mas de nada adiantou, ele acabou voltando ao remanso antigo.
Como terá sido a lua de mel do casal agora? Eu mexi com a Débora: ela sagrou-se bicampeã mundial Fifa. Uma mulher casar duas vezes com o mesmo homem também é uma dose para mamute.
E o Joaquim tão cheio assim daqueles cuidados que guarda para seus incontáveis amigos, como é que ainda tem tempo para amar a Débora?
Eu já vi casais pedirem tempo para pensar para seus cônjuges, mas pensar durante 11 anos, separados, é demais...
Foi o mais longo interstício conjugal da história da humanidade. Nunca um casal entregou-se a uma folga tão longa. Assim é fácil suportar o casamento, casam-se durante 25 anos e quando pinta o fastio eles se separam por 11 anos. Assim até eu suporto as agruras do casamento.
E será que o Joaquim retirou o Fundo de Garantia quando da separação ou continuou pagando e agora vai gozar a bolada acumulada?
Espero que agora eles sejam felizes para sempre, suponho que foram infelizes 11 anos, um longe do outro, quando o destino selou que eles têm de viver e morrer juntos.
O Joaquim Xavier é meu oftalmologista, cuida de meus olhos há muitos anos. Mas o que será que ele viu nos olhos da Débora que o enfeitiçaram? Será que ele adivinhou que as pupilas e as retinas da Débora continham uma sinceridade descomunal, insubstituível?
Desejo longa vida ao casal e aconselho: se por acaso a vida sugerir-lhes que devam separar-se de novo para mais tarde entregarem-se a um terceiro casamento, façam-no: um casamento só pode ser feliz se tiver assim espaços longos de férias conjugais.
Que sabedoria! Que sensibilidade! Todos casais se desgastando no fastio e o Joaquim e a Débora ausentam-se por extensos 11 anos, quando foram buscar na distância novas energias para reencetar o combate.
Foi uma festa linda o segundo casamento. Lá estávamos os amigos e amigas do casal.
E o padre, incrivelmente, quando estava efetuando o enlace, perguntou ao Joaquim:
– O senhor aceita novamente casar com a Débora?
– Aceito, senhor sacerdote.
– Tem certeza? Juro por Jeová que o padre perguntou “tem certeza?” ao Joaquim.
Como excelente oftalmologista, antes de responder ao padre o Joaquim examinou atentamente os olhos de Débora.
E nos olhos de Débora o Joaquim viu confiança e esperança. Respondeu então que sim, até que a morte os separe, depois que a vida os separou uma vez e vai uni-los agora para uma união perpétua.
Que casamento! Inédito! Fantástico! Extraordinário!
Uma verdadeira cirurgia dupla de cataratas.
Os dois voltaram a enxergar melhor.
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