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sábado, 13 de novembro de 2010
14 de novembro de 2010 | N° 16519
PAULO SANT’ANA
Pingando o colírio
Minha sexta-feira foi um dia intensamente ativo. Nem sei como resisti a tanto compromisso consecutivo.
Às 9h15min, eu estava dando uma palestra no Hospital da PUC, dentro de um curso de otorrinolaringologia, que era coordenado, entre outros, pelos médicos Nédio Steffen, Sérgio Moussalle e Sady Selaimen Costa.
Palestrei na qualidade de já ter sido paciente de inúmeras cirurgias de ouvido, depois ouvi outros palestrantes e finalmente me retirei, dirigindo-me à RBS TV, onde me apresentaria no Jornal do Almoço.
Apresentei-me no JA, entrevistando junto com o Lasier e a Cristina Ranzolin o comandante do policiamento da Capital, coronel PM Antero Batista, e o presidente do Sindicato dos Taxistas, Luiz Nozari, que por sinal declarou o seguinte no programa, na qualidade de dirigente sindical dos motoristas de táxi: “Prestem bem atenção, o Paulo Sant’Ana é e sempre foi amigo dos taxistas”. Foi bom que ele tivesse a bondade de dizer aquilo, sempre há quem mal interprete as coisas.
A seguir, no mesmo JA, entrevistei a cantora Alcione e, como é sempre óbvio, cantarolei com ela.
Levei Alcione em meu carro para o Sala de Redação, onde novamente a entrevistei, junto com o Lauro Quadros e o Cacalo.
À tarde, fui até o DiagLaser, na Rua Alcides Cruz, onde me submeti a um exame chamado retinografia, que avaliará possíveis danos que o diabetes possa causar ou já esteja causando à minha visão. Fui tratado com fidalguia, gentileza e competência pelas enfermeiras e demais atendentes do DiagLaser.
Encerrei meu dia, entre tantos outros pequenos compromissos, escrevendo duas colunas, a de sábado, ontem, e esta que vocês estão lendo.
Como viram, foi um dia estafante. Cheguei a pensar que, como cumpri todos esses compromissos com prontidão profissional e artística, eu ainda sou um homem jovem, reúno forças e energia que me podem fazer útil por muitos anos, se minha saúde abalada ajudar. Se a Virgem Maria continuar me protegendo.
Mas o que eu queria salientar foi meu exame de angiografia nos olhos, na clínica radiológica referida.
Cheguei lá e fui posto numa sala especial, onde uma enfermeira iria colocar um colírio em meus dois olhos com a finalidade de dilatar as minhas duas pupilas, sempre com o objetivo de fotografar minhas retinas.
A enfermeira mandou eu olhar para cima e me pingou colírio no olho, depois que me advertiu que o líquido podia talvez fazer doerem ou arderem meus olhos.
Pingou as gotas e travou-se entre ela e mim o seguinte diálogo capcioso, iniciado por ela:
– Entrou? – Entrou. – Doeu? – Não doeu. – Ardeu?
– Ardeu, mas está gostoso.
Incrível esse diálogo na preparação para um exame radiológico. Leiam-no novamente para entenderem a picardia analógica das palavras.
Quando a enfermeira Geci insinuou que iria deixar de lado o colírio e passar à retinografia propriamente dita, eu disse a ela: “Se vais continuar com aquele diálogo delicioso e excitante, peço-te que pingues de novo o colírio”.
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