quinta-feira, 11 de novembro de 2010



11 de novembro de 2010 | N° 16516
LETICIA WIERZCHOWSKI


Eu tenho um twitter?

Esse negócio de twitter é engraçado. Todo mundo seguindo todo mundo. Conheço tuiteiros com até 15 mil seguidores, algo que, para mim, se assemelha a uma seita. Acho curioso, até mesmo divertido (diariamente ouço amigos inteligentes comentando as alegrias e possibilidades infinitas do genial twitter). Porém, eu não aderi ainda a essa maravilha.

Ademais, estou longe de alcançar o dificílimo estágio de me expressar devidamente com exíguos 140 caracteres. O resultado é que, hoje em dia, eu sigo unicamente o João e o Tobias, meus dois filhos pequenos.

Sigo-os o dia inteiro, da natação para o colégio, do quarto para a sala, do banho para o jantar, do pediatra para o dentista, da tarefa de matemática para o texto de português. Quem, como eu, tem dois meninos em casa, sabe que não sobra tempo para seguir mais ninguém.

Evidentemente, eu me acho demodê. Deveria estar por aí acompanhando os tempos modernos, com perfil no Facebook, fazendinha virtual, twitter e sei lá mais o quê. Mas, juro, não consigo. Venho me esforçando nesse sentido, com resultados bastante pífios.

Ainda sou uma fiel (e feliz) usuária do jurássico email. Há algumas semanas, depois de meses de dúvida e do conselho da minha editora, eu me prometi: vou criar um perfil no facebook! Nada pessoal, apenas um espaço para falar de livros com alguns leitores mais modernos do que eu. Respirei fundo e fui lá... Mas não passei do estágio da fotografia. Não passei porque não consegui adicionar a minha própria fotografia!

Com o famoso twitter, foi um pouquinho diferente. Dia desses, recebo um email de um querido amigo paulistano no qual ele agradecia “os elogios a ele no meu twitter”. Estranheza total da minha parte. Eu tinha um twitter?

Na hora do almoço, fiquei sabendo que sim, eu tinha (e tenho) um twitter. Por obra e graça do meu funcional e comunicativo marido, mais moderno e mil vezes mais descolado do que eu, tenho um twitter pilotado pelo próprio. Um twitter com quatro seguidores.

Ou cinco. Parece que minha irmã mais nova me adicionou recentemente. Um twitter sem grandes novidades – afinal, bondade tem limite, e meu marido espera que um dia eu assuma a maternidade do meu próprio twitter, e faça por ele devidamente. Um dia eu vou, prometo-me todas as noites antes de dormir. Um dia... Talvez quando os meus seguidores chegarem a 18.

Mas, enquanto me prometo isso deitada na cama, exausta depois de um dia de mãe/dona de casa/escritora, uma parte de mim acredita que um twitter com 18 seguidores já entrou na maioridade e, portanto, poderá se cuidar sozinho.

Nenhum comentário: