Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
01 de novembro de 2010 | N° 16506
KLEDIR RAMIL
Paul McCartney
Não é que eu seja fã do Paul McCartney, sou discípulo dele. Esse cara mexeu no meu corte de cabelo, nas minhas ideias e no meu coração. Sou um artista por causa dele, do John, do George e do Ringo. Quatro garotos de Liverpool que fizeram uma revolução de costumes e mudaram o mundo.
O valor artístico da obra dos Beatles por si só já teria sido o suficiente para entortar o eixo da terra. Criaram uma onda tão extraordinariamente poderosa que chegou até as vitrines da Beiro, a loja de discos de Pelotas, onde Kleiton e eu ficávamos horas hipnotizados por aquele som.
O mesmo som que rolava nos toca-discos das festinhas e nos ensinava a dizer pras gurias “I wanna hold your hand”. E nos fazia sonhar em fazer canções onde se pudesse gritar: “I don’t care too much for money, money can’t buy me love”.
Nossa reação imediata foi construir uma guitarra elétrica, já que não tínhamos grana para comprar uma pronta. Na marcenaria do velho Ramil, nosso avô, fizemos uma guitarra cheia de defeitos, mas com a virtude de ser parecida com o baixo Hofner do Paul. Na funilaria da Gal. Osório conseguimos uns pedaços de lata e tentamos, sem sucesso, construir uma bateria. Na estreia da banda, no Clube Caixeiral, tivemos que partir pro improviso.
Pery, que guardava duas baquetas do tempo em que tocava tarol na banda marcial do Colégio Joaquim Caetano, em Jaguarão, pegou quatro cadeiras. Uma ele usou para sentar, as outras, transformou em tambores. Yeah, yeah, yeah. Na nossa imaginação, éramos uma espécie de Beatles gaúchos.
Kleiton e eu, até hoje, mantemos a força de duas vozes cantando juntas, marca registrada de Lennon e McCartney. Autorretrato, nosso disco mais recente, tem intencionalmente uma sonoridade dos anos 60. E, detalhe importante, nosso produtor Paul Ralphes - um Paul com cara de John - é um inglês que nasceu perto de Liverpool e entende onde queremos chegar.
Quando me contaram que Paul McCartney iria cantar em Porto Alegre fiquei em êxtase. Tri feliz. Vai ser uma noite histórica pra todos nós gaúchos, pensei. Imagine então a minha emoção ao receber o convite para fazermos o show de abertura. Lembrei da minha infância, do Almôndegas, do Belas Artes, da galera no Beira-Rio... Bom demais.
Vou pisar no palco do mestre com a reverência de um aluno aplicado que vai à escola para aprender cada vez mais.
Paul in POA. 4ever. “We hope you will enjoy the show”.
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