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sábado, 6 de março de 2010
06 de março de 2010 | N° 16266
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Em Defesa das Cavalgadas do Mar
Eu não estava aqui. Enquanto se desenvolvia a mais recente Cavalgada do Mar, andava batendo estribo com os Cavaleiros da Paz na Patagônia, no lombo da Cordilheira dos Andes. Voltei e encontrei o bochincho armado: tinham morrido dois cavalos no começo da marcha, outros teriam apresentado sinais de doença e aos poucos foi se formando um clima hostil para com a Cavalgada do Mar.
Levantaram-se contra a já tradicional cavalgada vozes iradas, algumas ilustres, outras nem tanto. Envolveram até o nome do folclorista Paixão Côrtes, que não é de se meter em confusões. Ele tem casa em Cidreira e gosta de ficar lá com sua amada Marina, sem ver muito sentido nas Cavalgadas do Mar. É um direito seu, altamente respeitável, sobretudo por se tratar de quem se trata.
Não tenho procuração de ninguém para rebater a maioria das acusações. Só o bom senso me autoriza. Claro, fui dos primeiros, talvez o primeiro convidado do Dr. João José Machado e do prefeito Egon Birlem, de Capão da Canoa, quando aqueles dois amigos resolveram pôr o sonho em marcha.
Hoje, infelizmente, esses dois grandes nomes não se ligam mais às cavalgadas do mar, mas durante os primeiros anos estavam lá na liderança e graças a eles tudo funcionava com perfeição: as praias nos recebiam, nos ofereciam refeições.
Eu fazia uma dissertação sobre as finalidades da cavalgada e tocávamos adiante. Éramos poucos, mais de 50, os banhistas nos aplaudiam e os dejetos dos cavalos eram absorvidos pela areia e varridos pelas ondas do mar. Em uma hora desapareciam na praia os vestígios da nossa passagem.
Hoje se diz que os cavaleiros do mar são 3 mil (homens, mulheres e crianças). E que dois cavalos morreram de ataque cardíaco no começo da cavalgada, o que levantou uma onda de indignação na imprensa.
Mas o que é isso? Que brincadeira sem graça é esta? E se insinua que os cavalos estavam gordos demais e que os cavaleiros obesos não se importavam com os animais. Nunca vi animais morrendo de ataque cardíaco antes de começar o esforço.
O robusto cavalo gaúcho é muito frágil diante de uma cólica renal. Confundir cólica renal com ataque cardíaco e inventar cavaleiros obesos é pura desinformação. Ou pior: maldade. Um simples cavalo de campo, com quatro ou cinco anos (quer dizer, com toda a sua estrutura formada), suporta sem esforço 130kg no lombo, aí incluído o peso do cavaleiro e da encilha. E fazer 50 quilômetros por dia para um cavalo bem tratado é brincadeira.
Ninguém cuida melhor o seu cavalo que o gaúcho. Dizer que fica um ano na estrebaria comendo ração, sem exercitar-se e só sai para as cavalgadas do mar é antes de maldade uma tolice.
Cavalo no trato exige muitos cuidados, com atenção de veterinário, remédios, ração balanceada, água farta e, claro, exercício. Quem seria tolo suficiente para ter um cavalo em estrebaria gastando forte com ele sem aproveitar a sua disponibilidade?
Em 3 mil cavalos e no começo da marcha (o que significa um imprevisto) morreram dois cavalos. É uma pena mas a percentagem é ínfima.
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