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sábado, 8 de agosto de 2009
08 de agosto de 2009
N° 16056 - NILSON SOUZA
O mensageiro alado
Em tempos de internet e de comunicação instantânea, é de uma ironia desconcertante esta notícia sobre o uso de pombos-correios por criminosos.
A ave bíblica, que teria retornado à Arca de Noé com o sinal de que as águas estavam baixando, ganha agora a incumbência de levar telefones celulares e carregadores de bateria para o interior dos presídios. O inusitado transporte aéreo de equipamento eletrônico equivale a usar o tambor dos índios para enviar um e-mail.
E não é só o paradoxo tecnológico que intriga. Também causa perplexidade o fato de um pássaro que sempre simbolizou a paz estar agora a serviço do crime.
Evidentemente, não é culpa da pobre ave, como sugeriu outro dia o nosso cartunista Iotti numa divertida charge em que o papai pombo, com seu uniforme de carteiro, passava uma carraspana no filhote desviado para o mau caminho. Os bandidos é que estão se aproveitando da mansidão e do senso de direção do bichinho.
Ao contrário do que muita gente pensa, os pombos-correios não levam mensagens para um determinado destino. Eles apenas voltam para casa. Normalmente são transportados do lugar de origem para pontos distantes e então retornam para o pombal, onde sabem que encontrarão abrigo, alimento e outros membros do bando – palavra bem adequada para a situação.
Significa que os pombos transportadores de celular devem estar sendo criados no próprio presídio ou na sua vizinhança. Mais uma ironia: é provável que o mensageiro da liberdade more na porta do cárcere. Pelo menos, a natureza lhe deu asas para excursões pelos céus de Porto Alegre.
Os pombos são, historicamente, prestativos. Nas duas guerras mundiais, essas aves eram o principal recurso de comunicação das tropas que lutavam na frente de batalha. Até pouco tempo atrás, o exército russo ainda mantinha uma divisão para pombos-correios.
Mas a tecnologia desempregou os bichinhos, como fez com tantas outras categorias de trabalhadores que não se adaptaram à era digital. Restou-lhes, portanto, essa atividade alternativa de prestar serviço ao crime.
Ou a aposentadoria, que também pode ser uma situação de risco, como se viu outro dia com aquela pomba do Parcão que foi sugada por uma tartaruga faminta.
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