segunda-feira, 24 de agosto de 2009



24 de agosto de 2009
N° 16072 - PAULO SANT’ANA


Dando voz ao povo

“Caro Paulo Sant’Ana. Lendo a coluna em que descrevias a delicada cirurgia a que deverás te submeter nos próximos dias, dei-me conta de que é uma estratégia ardilosa dos médicos.

Eles se aproveitaram de teu ponto fraco (hipocondria) e te convenceram da necessidade de abrir o teu crânio. O que eles querem na verdade é, abrindo a tua cabeça, tentar desvendar o segredo da tua genialidade. Abraços e boa sorte. (ass.)Ivo Cassol, Santa Maria.”

“Caro Paulo Sant’Ana. Sou seu fã, estou usando o e-mail da minha esposa porque não tenho um. Me chamo Marcos Maffi Pretto, moro em Montenegro, tenho 28 anos e sou caminhoneiro autônomo.

Estou mandando este e-mail para o senhor porque estou indignado com um comentário que ouvi na Gaúcha, na terça-feira à noite, no programa de seu colega Cláudio Brito, sobre os caminhões não poderem trafegar na BR-116, nos horários das 6h às 9h e das 17h às 20h.

Por isso lhe escrevo: onde está o nosso direito de ir e vir? Os caminhoneiros não têm direito a mais nada. Nos proibiram de viajar, quando tem feriadão, com caminhões chamados bitrens e rodotrens, ou seja, veículos com sete e nove eixos.

Somos nós que transportamos o progresso do Brasil. Estamos solitários na nossa classe. Não temos direito a mais nada. Chegamos em empresas para carregar ou descarregar e somos mal atendidos. Em algumas, não têm lugar para ir ao banheiro, outras não têm lugar para comer, sem contar com outras que mal podemos descer da cabine de medo de sermos assaltado e por aí vai.

Além disso ainda há pessoas que nos julgam mal. Mas enquanto muitas dessas pessoas que nos julgam estão dormindo, estão com sua família ou em uma festa, comemorando o aniversário de um filho, ou comemorando o Natal ou Ano-Novo, ou até mesmo assistindo a um jogo na TV, coisa que eu já perdi há muito, inclusive jogos do Grêmio, nós, ao contrário, deixamos as nossas famílias para transportar a vida dessas pessoas, como alimentos, roupas, remédios, eletrodomésticos e muito mais.

Então, queria que o senhor comentasse isso, porque muitas dessas pessoas não sabem o que a gente tem sofrido nessas rodovias, cidades e Estados.

No Brasil, somamos mais ou menos um terço dos veículos que transitam pelo país, sendo que nenhum caminhão sai de casa para ir ao shopping ou para passear. Quando um caminhão está trafegando, é para ajudar o país a crescer e se manter abastecido.

As pessoas reclamam de ficar uma hora no trânsito. E nós, que ficamos dias e às vezes até meses fora de casa, para transportar as riquezas de nosso país? Ouço diariamente a Gaúcha, gosto muito de seus programas. Então, não tenho nada contra o Cláudio Brito, pelo contrário, gosto muito de seu programa, é uma pessoa que fala a verdade.

Paulo Sant’Ana, agradeço de coração se mencionares este singelo e-mail em sua coluna, para que pelo menos essas pessoas conheçam um pouco mais do nosso trabalho, que não é só sentar atrás de uma direção. Desculpe pelos erros ortográficos (corrigidos aqui), pois não manejo muito bem o computador.

Um forte abraço de seu fã e também gremista, esperando que leia com carinho este texto. Muito obrigado pela atenção.

(ass.) Marcos Pretto (anamachypretto@gmail.com)

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