quinta-feira, 2 de abril de 2009



02 de abril de 2009
N° 15926 - PAULO SANT’ANA


Linguagem rasteira

Está causando revolta geral o tratamento dado ontem pelo treinador Celso Roth ao jogador Douglas Costa, de apenas 18 anos, no treinamento matinal.

Por entender que o menino errou ao não acorrer a um lançamento de um companheiro, o treinador admoestou-o com maldade crítica: “Tu só tem velocidade, como é que não vai nessa bola?”.

A seguir, o treinador cometeu a falta mais grave: “Tu não sabe merda nenhuma e tá achando que sabe...”

Esse fato sozinho talvez ainda não servisse para desconstituir a pessoa de Celso Roth como treinador do Grêmio. Por vezes, a linguagem nos treinos e nos jogos, entre jogadores e treinadores, mergulha em excessos.

No entanto, esse fato se soma a outro: para surpresa geral, para protestos e vaias da torcida ao treinador, Celso Roth vem negando ao jogador Douglas Costa lugar sequer no time reserva que vem atuando em diversas partidas no Gauchão.

Somados os dois fatos, a conclusão lógica a que se chega é que, por capricho ideológico, por antipatia ou por qualquer outro impulso mórbido, o treinador Celso Roth está movendo uma perseguição ao garoto.

E treinador mover perseguição a um jogador, ainda mais jovem e ainda mais promissor, é circunstância inominável na atribuição de um treinador.

É consenso entre todos os especialistas em futebol, e até mesmo entre os torcedores, que um treinador encarna a figura paterna quando trata com jogadores jovens.

O treinador é obrigado, em auxílio à sua missão técnica, a dar apoio, carinho, desvelo aos jogadores jovens, em início de carreira, aos meninos, como todos os chamam.

Negar isso a um jogador de tenra idade é uma perversidade.

E desrespeitar um menino, humilhá-lo, execrá-lo, desestimulá-lo, agredi-lo em sua ânsia de ascensão é um pecado gravíssimo de um treinador.

Quando essa ofensa grave e desencorajadora ao menino que a sofreu é cometida diante dos seus companheiros de time e na presença da imprensa, o mal causado ao ofendido torna-se sem reparação.

Por todos esses detalhes – que afinal solucionaram um enigma para o qual ninguém atinava –, sabe-se agora por que era negado a Douglas Costa lugar até mesmo no time reserva do Grêmio que disputa por vezes o Gauchão: essa preterição nascia da prepotência preconceituosa do treinador para com o rapazinho.

Sabiamente, porque a torcida sabe tudo, as vaias ribombavam no Olímpico por Celso Roth recusar a Douglas Costa um lugar no time reserva do Grêmio, outra violência inominável.

Esses fatos, adornados por uma série de episódios marcados pela casmurrice e pelo mau humor de Celso Roth, além de sua implicância histórica contra jogadores jovens que prometem ser craques, determinam gravemente a incapacitação do treinador Celso Roth para comandar o grupo de jogadores do Grêmio.

Não pode prosperar este erro essencial de pessoa.

Bolívia 6 a 1 na Argentina. Sorte tem o Dunga, que agora vai atribuir o fiasco da Seleção Brasileira no Equador à altitude.

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