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quarta-feira, 1 de abril de 2009
01 de abril de 2009
N° 15925 - PAULO SANT’ANA
Salve a Seleção!
O torcedor gaúcho está incendiado para este jogo da Seleção.
Só ontem foram 27 mil torcedores ao Beira-Rio, num treino simples e de fundamentos.
O que se nota é que o torcedor quer saber menos da vitória do Brasil sobre o Peru do que ver de perto os craques da Seleção.
Não é qualquer dia que se pode ver a uma distância de pouco mais de cem metros os ídolos Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho.
Depois da pirataria internacional sobre os jovens jogadores brasileiros, a única oportunidade que se tem de vê-los é nestes jogos daqui.
E coube a Porto Alegre o jogo contra o Peru. Ninguém quer perder a chance de ver na sua cidade as grandes estrelas nacionais, pouco importa que Robinho e Ronaldinho Gaúcho tiveram pálida atuação contra o Equador, o que interessa é que hoje eles pisam o gramado do Beira-Rio e se oferecem à visão da torcida daqui.
Pouca vezes Porto Alegre gozou desta chance de ver os melhores do mundo.
Eu me lembro do Garrincha jogando no velho Estádio dos Eucaliptos, tive esta honra de vê-lo atuar ali debaixo do pavilhão do Internacional.
Vimos Pelé jogar várias vezes pelo Santos no Olímpico, contra o Grêmio, também contra o Internacional, no Olímpico e no Beira-Rio.
Não havia esse estrépito de hoje, quando toda a mais importante parcela da imprensa esportiva se deslocou para cobrir a Seleção em Porto Alegre por quatro dias.
A Seleção Brasileira continua com sua mística faiscante. A melhor medida dos dirigentes foi a de praticamente franquear o Beira-Rio ontem para a torcida assistir ao treino, imaginem a ânsia do povo pobre de poder ver seus ídolos, impossibilitados de pagar por caros ingressos para o jogo contra o Peru.
Ainda bem que esta curiosidade é saciada pela televisão, que transmite, além do jogo, as entrevistas, a reação do público, coisa e tal.
Mas nada se equivale a ver os ídolos de perto.
E se os viu ontem no treino e se vai vê-los hoje no jogo.
Quem não os vir hoje não vai mais vê-los tão cedo em Porto Alegre. Mesmo na Copa do Mundo de 2014, os jogos que serão realizados na Capital não terão o Brasil, só outras seleções. E aí perde mais da metade da graça: Rio de Janeiro, São Paulo, talvez Brasília e Minas Gerais, sediarão os jogos do Brasil na Copa do Mundo, é certo que não veremos aqui no Rio Grande do Sul os jogos do Brasil.
E daí deriva a curiosidade para o jogo de hoje.
Não há mais no Rio Grande do Sul aquela aversão pela Seleção Brasileira, nascida pela discriminação dos jogadores gaúchos, que não eram convocados injustamente.
São pequenos os resquícios de memória gaúcha com esse ressentimento, o marco final deve ter sido aquele absurdo de Falcão não ter sido convocado para a Seleção Brasileira que disputou a Copa da Argentina, em 1978.
Voltamos a ser brasileiros, voltamos a torcer pela Seleção, é este clima de alegria que deve e tem de reinar hoje no Beira-Rio.
É irrecusável ver o jogo de hoje: não é todos os dias que se apresenta diante da gente um jogo que tem Pato, Adriano, Júlio Baptista e Anderson na reserva. Na reserva!
É lícito então que se saboreie um show espetacular dos titulares.
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