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terça-feira, 29 de julho de 2008
29 de julho de 2008
N° 15677 - Paulo Sant'ana
Agressiva resposta
Recebi uma mensagem do coordenador da Assessoria de Imprensa da prefeitura de Porto Alegre, Luiz Fernando Aquino, contestando a minha crônica do último sábado, na qual critiquei a ausência de ciclovias na capital dos gaúchos.
Foi uma mensagem insolente, agressiva, autoritária. Ora, um coordenador de imprensa de uma administração tinha de ser uma pessoa de bons modos, cordial, jeitosa.
Pois para cima de mim - imagine o que ele não faz com os outros - , para cima de mim ele veio tentando me desconstituir como crítico.
E qual o crime que cometi? O de ter escrito que não há ciclovias em Porto Alegre. Ao que eu saiba, nenhuma foi construída pela administração a que ele pertence.
E Porto Alegre é uma cidade plana. E os combustíveis estão pela hora da morte. E os porto-alegrenses necessitam de ciclovias para exercitar-se.
E, na defesa da administração, o coordenador bélico me escreveu que já está projetado o Plano Cicloviário, pelo qual deverão ser construídas, não se sabe quando, ciclovias e ciclofaixas na Avenida Ipiranga, na Avenida Sertório, na Restinga, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), na Diário de Notícias e na Vicente Monteggia.
O virulento coordenador de imprensa afirma que essas ciclovias, constantes do plano, serão consolidadas "ao longo dos anos".
Uma promessa, envolvendo talvez vários governos do futuro.
Mas já tinham me dito que o gabinete de imprensa da prefeitura odeia a imprensa.
Ou seja, eu reclamo contra a mais completa ausência de ciclovias em Porto Alegre e o ofensivo coordenador de imprensa da prefeitura me responde com um plano.
Eu não queria plano, eu queria construção de ciclovias, em quatro anos de gestão com nenhuma ciclovia, e sou defrontado com o coordenador de imprensa da prefeitura blasonando um plano.
Se eu fosse ressentido e vingativo, já de plano me colocaria contra a administração que o coordenador representa.
Mas ele não devia estar num bom dia, acordou de mau humor e está perdoado.
Mas se ele recebeu ordem superior para me agredir, é diferente. Acho que não, foi da sua própria competência e estilo a agressão.
Para ilustrar veementemente a procedência da minha crítica sobre a mais completa ausência de ciclovias na cidade, publico um e-mail de uma munícipe imensamente prejudicada com a lacuna:
"Prezado SantAna. Hoje pela manhã li o seu artigo na página 55 de Zero Hora (Urgentes ciclovias) e agora, ao final do dia, tenho mais um argumento para reforçar a sua bandeira.
Hoje à tarde, por volta de 17h, fui aproveitar a linda tarde de sol para praticar atividade física na beira do Guaíba. Estava correndo nas proximidades da Usina do Gasômetro, quando meu lazer foi interrompido por um ciclista apressado que transitava pela calçada... (isso mesmo, na calçada, não foi na rua!)
Fui atropelada por um ciclista!!!!
Com o impacto da batida, caí com o queixo no chão. Resultado: quebrei um dente, cortei o lábio superior, estou com um hematoma no queixo (que mais parece um segundo queixo) e outro no cotovelo esquerdo.
O resultado não foi pior porque, por instinto, eu utilizei as mãos para segurar a bicicleta (por isso, acabei amortecendo a queda com o queixo...).
Amanhã (domingo) vou primeiro ao dentista, que vai trabalhar em regime de plantão para me atender e consertar o meu dente quebrado, depois (que eu estiver com meu dente inteiro) ao plantão médico da Santa Casa, onde pretendo tirar radiografia do queixo e do cotovelo esquerdo para verificar se não houve fratura.
Não sei ainda o valor do prejuízo. Por enquanto, foram R$ 32 com antiinflamatório e um final de semana encurtado pela incomodação...
Ciclista transitando pela calçada? Numa tarde de sábado, quando a orla do Guaíba é repleta de pedestres? URGENTES CICLOVIAS!!!! (ass.) Rúbia Leviski (rubia - leviski@yahoo.com.br), fone 9317-5962".
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