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sábado, 12 de julho de 2008
13 de julho de 2008 | N° 15661
Martha Medeiros
O que o bafômetro não sabe
Nessa caça às bruxas que virou o caso dos motoristas embriagados, divulgou-se que as mulheres praticamente estão fora de perigo: por beberem menos, ou por serem mais obedientes à lei, parece que só uma, em todo o Estado, foi presa até agora.
As mulheres bebem, e não é chazinho, mas temos a cabeça no lugar e não vamos nos arriscar.
Álcool nunca foi motivo para cometermos barbaridades no trânsito. Quanto a isso, a Polícia Rodoviária pode ficar tranqüila. Agora, se virem uma mulher dirigindo em estado de profunda dor-de-cotovelo, detenham-na.
Eu tenho umas teorias estapafúrdias e essa é mais uma. Estou divulgando-a aqui na coluna para, dependendo do recall das leitoras, confirmar se ela é estapafúrdia mesmo ou se há nela alguma legitimidade. Trata-se do seguinte: o amor é que é nossa cachaça.
Tenho três exemplos pra contar, todos reais.
1. Eu a conhecia bem. Ela não havia bebido, eram 10 horas da manhã. Seu único problema é que estava embriagada de desgosto. Abissalmente triste.
Garoava, um carro travou em frente ao dela e não houve tempo para frear: quando viu, já havia colidido. A cabeça estava em outro mundo, menos no trânsito. Chorou ali mesmo, no meio da rua. Chorou tudo o que estava represando há dias. Álibi perfeito.
2. Uma outra saiu muito irritada do prédio do namorado. Mas muito irritada. Eu a entendo. Homens têm essa capacidade congênita de tirar a gente do sério.
Pois então: a louca saiu da garagem dele sem nem esperar o portão eletrônico abrir totalmente. Raspou todo o teto do carro e a antena ainda ficou de presente pra ele, torta, ali no chão.
Ela nem se deu o trabalho de sair do carro e buscá-la, seguiu em frente cantando pneu. Foi a partilha de bens do casal. Ele ficou com a antena, e ela com um baita arranhão no carro e um machucado maior ainda por dentro.
3. A última. Havíamos nos encontrado por acaso na rua, sentamos para tomar um suco e ela me contou que não suportava mais uma determinada situação.
Estava com ódio de si mesma por não conseguir dar fim ao seu tormento. Quando nos despedimos, perguntei se ela estava em condições de dirigir. Imagina! Estava na fossa, só isso.
Ela me abraçou e prometeu dar notícias. E deu. Me contou que naquele mesmo dia, logo depois de nos despedirmos, ela fez uma ultrapassagem, digamos, mais dinâmica, e provocou um batidazinha. Coisa boba, mínima. "Mas eu não precisava mais essa".
Nenhuma lei vai nos pegar, já que felizmente não existe o teste do "fossômetro", mas mulheres que acabaram de ter uma séria discussão com o namorado ou o marido, não abusem. Melhor pegar um táxi.
Não está provado por nenhuma estatística, mas um coração agredido também altera nossa conduta, também diminui nossos reflexos, também pode comprometer nossa perícia no trânsito. Ou seja, uma paixão mal correspondida é que nos torna perigosas.
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