Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
domingo, 20 de julho de 2008
20 de julho de 2008
N° 15668 - Martha Medeiros
O luxo de cara lavada
Gosto de moda, mas gosto ainda mais de atitude. Roupas bacanas a gente compra, basta dinheiro e informação. Mas atitude é outra coisa: é saber se destacar e inventar um novo estilo, deixar sua marca pessoal.
Garotas como Luiza Lovefoxxx e Amy Winehouse estão na vitrine do showbiz, lançam tendências para uma geração adolescente (ou com alma de adolescente) e exploram ao máximo o visual inusitado.
Mas escrevo sobre outro tipo de atitude: o da mulher que ousa, mas faz isso com elegância, sem apelar para um visual de circo.
Recentemente, uma loira e uma morena chamaram minha atenção por conseguirem fugir completamente do script sem perder a classe.
Uma foi a Xuxa, que foi a um casamento usando um lindíssimo e vaporoso vestido comprido e, por cima, em vez de uma echarpe, um xale ou qualquer obviedade para se proteger do frio, vestiu uma jaqueta jeans.
Se eu não tivesse visto a foto, se apenas tivesse ouvido falar a respeito, teria torcido o nariz e considerado um desrespeito aos noivos, que estavam dando uma festa chique e não promovendo uma rave.
Mas eu vi a foto. E gostei do que vi: Xuxa estava surpreendentemente adequada. O vestido, as jóias, a maquiagem, tudo conspirava pra fazer da jaquetinha jeans um acessório compatível com a ocasião.
E ao mesmo tempo que ela dava um toque moderno à produção, dava também um recado importante: o simples é sempre um artigo de luxo, desde que não seja usado como forma de agressão, de provocação, e sim para firmar uma personalidade.
No entanto, no quesito eu-sou-mais-eu, quem ficou com o cetro e a coroa foi a Miss Universo do ano passado, a japonesa Riyo Mori (aquela que tirou o primeiro lugar da nossa Natália Guimarães).
Domingo passado, durante a escolha da Miss Universo 2008, ela foi chamada para entrar no palco para seu desfile de despedida, e eu logo a imaginei vestindo um longo de paetês, portando colares e brincos de 200 toneladas e com aquela mão mole, abanando para seu passado.
Pois eis que entra uma mulher de calça comprida preta, fraque preto, rabo-de-cavalo e apenas um brilhantezinho minúsculo na orelha. Peraí. Calça comprida? Rabo-de-cavalo? Sem esmeraldas exuberantes?
Os concursos de miss, que eram um acontecimento décadas atrás, tiveram uma queda-livre em prestígio. Esse ostracismo durou até bem pouco tempo. Agora voltaram a despertar algum interesse, ainda que nem perto do que provoca um desfile de modas.
Houve uma certa agilização no formato e as misses, hoje, podem até mudar de cara se quiserem e mudam. Injetam e lipoaspiram tudo o que manda a cartilha para alcançar um padrão miss venezuela país que, não por acaso, levou o título esse ano, repetindo pela quinta vez o feito.
Ficam quase todas com o mesmo visual travesti-chic, a bordo de vestidos que nem a Sarah Jessica Parker se atreveria a usar e olha que Carrie segura qualquer exagero.
É aí que entra Ruyo Mori para fazer um desfile de despedida que mais parecia um desfile de abertura - de uma nova era.
Surgiu para dar adeus ao seu reinado de miss usando calça comprida, e ainda assim esbanjando sofisticação e feminilidade. Foi a queima de sutiãs do mundo encantado das peruas.
Aplaudo quebras de protocolo feitas com categoria. Eu teria despachado a miss Venezuela pra casa e manteria a faixa com a japa.
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