sábado, 20 de agosto de 2022


20 DE AGOSTO DE 2022
+ ECONOMIA

Escola para aprender sobre azeites

Em Canguçu, a Fazenda Serra dos Tapes oferece imersão na cultura milenar de cultivo de oliveiras e produção de azeite. Além da possibilidade de conhecer a plantação, cultura recente, mas com crescente importância no Rio Grande do Sul, os visitantes podem acompanhar o processo que transforma azeitona em azeite.

O projeto é liderado por Claudia Santos, nascida em Rio Grande e formada em gastronomia. Apaixonada por azeite, decidiu se especializar com cursos nos Estados Unidos e na Espanha para complementar sua formação. Em 2016, após comprar a fazenda com o marido, Jeronimo, implantou o primeiro pomar com cerca de 70 hectares. Hoje, a área da cultura chega a 210 hectares, com cerca de 60 mil oliveiras.

- Ainda é uma cultura um pouco nova por aqui, mas estamos focados em fazer um produto de excelência no Estado. Hoje, já aprendemos com outras tradicionais produtoras de azeite e de cultivo de oliveiras pelo mundo - diz Claudia.

A fazenda tem duas marcas: a Pecora Nera, só para o e-commerce, e a Potenza, com foco no varejo. Ambas foram premiadas com a medalha de ouro no Concurso Mundial de Azeites de Nova York, um dos mais reconhecidos no Exterior.

Para se certificar da qualidade, em 2021 Claudia instalou um lagar, local onde as azeitonas são transformadas em azeite. Passou a prestar serviços a outros produtores. Neste ano, sua segunda safra, atendeu 15 outras marcas, transformando-se no segundo lagar em processamento de azeite no país.

O Rio Grande do Sul já responde por cerca de 75% da produção de azeite do país. Mas Claudia acredita que a cultura pode se fortalecer no Estado:

- O azeite gaúcho está seguindo um pouco o caminho do vinho. Além do reconhecimento da qualidade, o olivoturismo tem se desenvolvido. As pessoas, estão interessadas em visitar pomares, ver paisagens, conhecer a produção e degustar os azeites (sim, no plural, porque há vários tipos).

A fazenda oferece visitas guiadas, degustação de produtos, piqueniques em meio aos pomares e refeições completas. E Claudia criou uma outra proposta, que chama de Escola do Azeite:

- Os visitantes aprendem sobre a história do cultivo das oliveiras e da produção do azeite, conhecem o lagar, acompanham na prática as etapas de produção, fazem testes sensoriais e aprendem a identificar um bom azeite e a diferenciar as variedades.

Como o interesse tem crescido, os administradores planejam abrir uma hospedagem e dar mais tempo aos visitantes.

Serviço: abre todos os dias, mas as visitas devem ser agendadas. Visita custa R$ 20, e Escola do Azeite sai por R$ 40. A cesta de piquenique para duas pessoas custa R$ 100, e o preço do passeio completo, com todas as visitas e uma refeição, é de R$ 250.

MARTA SFREDO

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