quarta-feira, 17 de agosto de 2022


17 DE AGOSTO DE 2022
+ ECONOMIA

Herança afetiva Araricá vai leiloar saneamento

Araricá, a "cidade das azaleias", planeja ser o primeiro município gaúcho a conceder o serviço de saneamento à iniciativa privada depois do Marco Legal do Saneamento. Hoje, apenas 1,1% da população de Araricá dispõe de rede de distribuição de água. Outros 90% são atendidos por poços artesianos e 9% depende de caminhão-pipa para ter água potável na residência. Entre os objetivos do marco do saneamento está a obrigação de 90% de casas atendidas até 2033 - com alta probabilidade de adiamento até 2040.

O município contratou o escritório MF Klein Advogados para estruturar a concessão. A intenção é licitar o serviço até o final do ano. Segundo Mateus Klein, sócio do escritório, o formato permite prever tarifa 31% mais baixa do que a Corsan pratica em municípios similares. O investimento previsto é de R$ 32 milhões.

Já está em fase de testes a unidade do Galeto Mamma Mia no Bologna Mall, centro comercial na esquina da Avenida Coronel Marcos com a Rua Déa Coufal. O tradicional restaurante que operou no local por seis décadas, até fechar as portas em 2017, deu nome ao local. A pretensão do Mamma Mia é ser o sucessor do Bologna. Já é a 12ª operação da rede na capital gaúcha.

O Galeto Mamma Mia também está desembarcando em Santa Catarina com quatro operações. Serão duas express, uma que abre até o final do mês no Floripa Shopping, outra para o início de setembro, no Shopping Itaguaçu.

Em Balneário Camboriú, haverá uma franquia no modelo express e delivery, ainda sem data definida, e, em Tijucas (SC), haverá um restaurante e um express próprio do grupo JPLP até novembro.

Candidatos entre a intenção e os dados Melnick registra lucro 93% maior Fruki terá CD no Litoral Norte

Mesmo em fase de juro alto, que costuma impactar o mercado imobiliário, a Melnick obteve no primeiro semestre lucro de R$ 52 milhões, 93% acima do registrado em igual período de 2021.

Conforme o CEO da empresa, Juliano Melnick, a maioria das incorporadoras de capital aberto do centro do país teve dificuldade para repetir o bom desempenho do primeiro semestre do ano passado.

No caso das construtora gaúcha, explica, as vendas aumentaram. A receita líquida da Melnick de janeiro a junho deste ano foi de R$ 513 milhões, 47% maior do que a do primeiro semestre de 2021. O empresário esclareceu que o fato de o lucro ter subido mais do que a receita não significa margens maiores. Na construção civil, esclarece, as empresas se apropriam dos lucros à medida que as obras avançam. O que permitiu a aceleração do lucro, afirma, foi a combinação entre mais vendas e bom andamento das construções:

- Nossos lançamentos somaram R$ 792 milhões no semestre, o que é um número interessante para o meio do ano. O segundo trimestre foi muito bom em vendas, tivemos um Meday (dia de promoções da construtora) muito forte, o melhor da história, e em maio e junho as vendas foram boas.

Para explicar o desempenho, o CEO detalhou que a construtora "fez ginástica", no final do ano passado, para reprogramar lançamentos. Focou nos destinados a alto ou médio alto padrão para este ano:

- São clientes que têm mais reservas e dependem menos de financiamento. Têm poupança maior e um apartamento para dar como parte do pagamento, aí fica menos exposto a juro.

Sobre os próximos passos, Melnick afirma que a empresa está "olhando lançamento a lançamento":

- Enquanto os clientes estiverem respondendo, vamos colocar produto no mercado. Como estão respondendo bem, estamos avançando com novos projetos. Este é um ano de Copa do Mundo, de eleições, os planos podem mudar. Mas o mercado é rei.

A Bebidas Fruki inaugura em novembro um centro de distribuição (CD) em Osório. No acesso à Estrada do Mar, terá área construída de 2,1 mil m2. Vai gerar 11 empregos diretos, além de 16 indiretos. A prefeitura de Osório deu incentivos ao projeto, que será assinado hoje. A nova unidade vai atender os maiores municípios de Mostardas a Torres, e o sul catarinense, como Passo de Torres e Sombrio.

Na região, dois terços do consumo de bebidas se concentram entre novembro e março. Será a sétima operação de distribuição da empresa, com matriz em Lajeado, e CDs em Canoas, Santo Ângelo, Pelotas, Farroupilha e Blumenau (SC).

Temas econômicos se impuseram no primeiro debate entre candidatos ao governo do Estado na Rádio Gaúcha: geração de emprego, infraestrutura e logística, regime de recuperação fiscal (RFF) e educação como fator de produtividade e desenvolvimento econômico e social. Com oito candidatos, não foi possível aprofundar cada ponto, mas funcionou como apresentação de intenções.

O fato de o Rio Grande do Sul ter superávit de R$ 4,6 bilhões no primeiro semestre não significa que haja dinheiro sobrando. O resultado vem de receitas com privatizações, que não se repetem, e da inflação, que funciona como espécie de maquiagem que destaca números sem resolver problemas. Na campanha, o orçamento parece infinito e flexível. Na realidade, despesas com custeio absorvem quase toda a arrecadação.

Perguntas de eleitores e entidades empresariais deram ênfase a temas de infraestrutura, geração de empregos e tributos. Candidatos fizeram questão de falar do acordo fechado por Eduardo Leite (PSDB), com negociação iniciada por José Ivo Sartori (MDB), para adesão ao RRF. Quase todos disseram querer revisá-lo.

A surpresa foi a manifestação de Onyx Lorenzoni (PL) sobre o RRF. Questionou o valor da dívida, com base na cobrança de juro sobre juro, e afirmou que o acordo é "lesa-pátria". Ocorre que o credor do Rio Grande do Sul, portanto proponente do acordo do regime de recuperação, e ente que apresentou a conta, é o governo federal, ou seja, neste momento, o governo Bolsonaro.

No aprofundamento do debate, Onyx terá de explicar melhor sua posição. Não é o único: Leite terá de justificar o que fez e o que deixou de fazer. Tanto por liderar as pesquisas quanto por ter comandado o Estado nos últimos anos, será alvo preferencial. Edegar Pretto (PT) será cobrado sobre a fonte de recursos para entregar "pesados investimentos para educação e saúde", além de "financiamento com juros atrativos" para a cultura. Luis Carlos Heinze (PP) precisará indicar a viabilidade de sua promessa de zerar a fila do SUS no Rio Grande do Sul.

Vieira da Cunha (PDT) precisará detalhar como pretende garantir 35% do orçamento comprometido com despesas de custeio para a educação, além de recursos para atrair e manter empresas no Estado, sem elevar impostos. O mérito das três iniciativas, infelizmente, não garante sua viabilidade. Roberto Argenta (PSC) tem o tema de casa de calcular quanto pode somar a venda do Palácio da Hortênsias e a dos imóveis do IPE, que promete fazer para bancar boa parte de suas propostas.

Ao menos Vicente Bogo (PSB) deixou claro que até promessa de candidato tem limite: provocado por uma pergunta de ouvinte a apontar forma de reduzir a carga tributária estadual sobre o diesel, um preço que incomoda muita gente, foi sincero: disse que não é possível reduzir ainda mais o ICMS, principalmente em um Estado já muito endividado. A Ricardo Jobim (Novo) caberá detalhar a proposta de tornar o ICMS gaúcho "o mais simples do Brasil".

MARTA SFREDO

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