AUTOCONFIANÇA
O objetivo de viver exclusivamente de arte foi onde Zoravia focou sua energia desde sempre. Além de buscar conhecimento e aprimoramento técnico constante, o seu início da carreira contou com muito apoio da família e do marido. Ela casou-se com seu professor de escultura, Vasco Prado, e lembra que, embora o relacionamento fosse muito bom, frequentemente o olhar das outras pessoas colocava o trabalho do companheiro em destaque, deixando-a ofuscada. Nem assim sua confiança estremecia.
- Sempre falavam do Vasco e eu acabava ficando em segundo plano. Só que, como tive uma formação de muito amor, carinho e respeito, isso me deixou forte e com autoconfiança. Eu achava graça, ficava tipo, "será que eles não veem que tenho luz própria?". Constatava essas coisas, mas elas nunca me colocavam para baixo, pois eu sabia que uma hora eles iam, sim, me ver. Sempre tive tranquilidade em seguir meu caminho passo a passo, para ver onde iria chegar - relata.
O caminho para a carreira longa e frutífera, nas palavras de Zoravia, tem que passar pela autoconfiança, a qual só é sustentada com muito estudo e conhecimento. Depois, é preciso encontrar, de forma prática e objetiva, os meios para alcançar os sonhos.
- Perseverança eu acho uma palavra horrível, mas que é algo que a pessoa tem que ter se quer que algo se realize - ensina.
Ao longo desta entrevista, Zoravia lembrou com carinho da criação voltada à arte e à cultura que teve em casa, incentivada principalmente por seu pai, um advogado com formação humanista que fez questão de ensiná-la e a seus irmãos acerca de ecologia e da desigualdade social no país. São temas caros à artista e que até hoje aparecem em suas produções e nas atividades do Instituto Zorávia Bettiol - situado provisoriamente no primeiro andar da sua casa em Ipanema até que seja concluído o trabalho de restauro da sede, na Rua da Praia.
- Acho que, na velhice, somos o resumo da nossa vida: se a gente foi otimista, se foi empreendedor, isso aparece. Como também aparece se a pessoa foi pessimista ou se foi um sujeito parado. Sou uma pessoa de projetos. Faço um, termino ele e, de repente, começo outro numa direção completamente diferente. Em 2020, participei de 20 projetos, não só no Brasil como no Exterior. Eu até queria ficar deprimida, mas não consegui tempo - brinca.
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