segunda-feira, 16 de agosto de 2021


16 DE AGOSTO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

MAIS COMPETIÇÃO BANCÁRIA

Concorrência é sempre sinônimo de maior vantagem para o consumidor. Em um ambiente em que há disputa por clientes e usuários, os ofertantes de produtos e serviços se esforçam para disponibilizar melhores preços, tarifas ou pacote de benefícios. Sabem que a demanda pode se deslocar para outro prestador de acordo com a qualidade da experiência e das condições. Toda iniciativa que vise ampliar a competição, portanto, deve ser saudada, como ocorre agora com o open banking.

São conhecidas as críticas ao sistema bancário do Brasil, considerado concentrado demais. Apesar do surgimento acelerado nos últimos anos das fintechs e instituições voltadas ao digital, ainda há poucos participantes no mercado. As consequências se materializam em maiores custos para os clientes. Nesse contexto, o chamado open banking, existente em outros países e adaptado ao Brasil pelo Banco Central (BC) e por instituições da área, é uma contribuição significativa para tentar mudar esse panorama, criando maior concorrência. A segunda e uma das mais importantes das quatro fases de implantação da novidade, quando os clientes puderam começar a usufruir dos benefícios, teve início na sexta-feira.

Trata-se potencialmente de uma nova revolução, ao criar um sistema financeiro aberto. Prevê que os clientes de um banco permitam o compartilhamento de seus dados com outros. Mas apenas com as instituições que quiser. Somente as informações que tiver a intenção de prestar e pelo tempo que pretender. Hoje, os bancos concorrentes não "enxergam" os dados que não estão na sua base. Passando a ter a permissão para conhecê-los, é possível oferecer, por exemplo, tarifas de serviços menores, crédito com juro mais baixo e cartão de crédito com mais benefícios. Na prática, ilustra o BC, os cidadãos passam a ser "proprietários" de seus dados e, com isso, a tirar proveito dessa possibilidade. Há garantias, sustenta a autoridade monetária brasileira, de que as informações não serão repassadas sem autorização nem vazadas.

O sistema bancário e os meios de pagamento, nos últimos anos, têm experimentado avanços tecnológicos rápidos. Desde a TED, em 2002, ao Pix, implantado no final de 2020, passando pelas inúmeras possibilidades abertas pelo uso dos smartphones quase que como uma agência bancária. A digitalização, com grande aceitação dos cidadãos, também evolui, unindo conveniência, agilidade e segurança. Independente, o Banco Central tem sido, nesse processo, um agente de grande relevância ao ser o indutor constante de inovações que buscam cada vez mais trazer ganhos para a população.

OPINIÃO DA RBS

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