quinta-feira, 26 de agosto de 2021


26 DE AGOSTO DE 2021
CRISE HÍDRICA

Bônus para quem diminuir o consumo de energia em casa

Diante do agravamento da crise hídrica que o país enfrenta, a pior nos últimos 91 anos, o governo federal vai dar descontos nas contas de luz de consumidores residenciais que economizarem energia elétrica. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ontem que o programa de redução voluntária começará a partir de 1º de setembro.

A expectativa, segundo o Ministério de Minas e Energia, é divulgar as regras da medida no início da próxima semana. "O programa está sendo estruturado e contará com definição de meta mínima de redução para concessão de crédito", informou o ministério em nota distribuída à imprensa.

A bonificação para consumidores residenciais faz parte de uma série de ações que o governo busca para tentar evitar apagões em horários de pico, quando há mais demanda por energia. Na segunda-feira, o ministério publicou as regras para o programa similar de redução voluntária do consumo de energia, mas voltado para grandes consumidores, como as indústrias. Em contrapartida, as empresas vão receber compensações financeiras.

- A ideia é premiar aqueles consumidores (residenciais) que se esforçarem em reduzir a carga e, assim, contribuir para o aumento da segurança, da confiabilidade e do custo de geração - disse o secretário de Energia Elétrica do ministério, Christiano Vieira.

Ele afirmou que havia escassez bem caracterizada nos reservatórios localizados no Sudeste, considerado a caixa d?água do sistema elétrico, e que as perspectivas de chuvas na Região Sul não estão se concretizando. E citou aprovação para aumentar a transferência de energia do Nordeste para Sudeste e Sul, para aproveitar a geração de usinas eólicas.

Para garantir o abastecimento de energia elétrica, o governo tem autorizado o acionamento de usinas termelétricas, até mesmo as mais caras. Segundo o secretário, atualmente há usinas em uso que custam acima de R$ 2 mil por megawatts-hora (MWh).

Bandeira

Apesar do incentivo financeiro para economia de energia, as medidas adotadas para evitar racionamento e apagões vão custar caro para o consumidor. Cálculos internos apontam a necessidade de que a bandeira vermelha nível 2, hoje em R$ 9,49 a cada cem quilowatts-hora (kWh), seja elevada para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário-limite de até R$ 25, mas é improvável que seja adotado. A bandeira para setembro será anunciada amanhã. E como não há sinal de melhora nas condições de abastecimento e diante da situação crítica dos reservatórios, a expectativa é que a bandeira vermelha nível 2 seja mantida até o fim do ano.

Albuquerque afirmou que as perspectivas de chuvas até o fim do período seco deste ano, meados dos meses de setembro e outubro, "não são boas no momento". Ele disse que os meses de julho e agosto registraram a pior quantidade de águas que chegaram nos reservatórios da série histórica.

 

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