20 DE AGOSTO DE 2021
INFORME ESPECIAL
O fantástico mundo de um ministro
As teses são lindas. O comunismo trata a todos de forma igual, sob a tutela de um Estado justo, generoso e onipresente. O capitalismo dá a cada um as oportunidades, pelo seu mérito, de crescer e se desenvolver. Maldita realidade, que estraga tudo. A vida real é cheia de nuances, desvios, tradições, crenças, imperfeições e resistências.
O mais novo capítulo desse choque entre o ideal e o possível é uma declaração do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que se manifestou contrário ao uso obrigatório de máscaras. Por dever de justiça, é importante ressaltar que Queiroga não afirmou ser contrário ao uso da proteção, mas condenou a obrigação de usá-las, porque isso deve ser fruto de um "processo de conscientização". Lindo. Emocionante. Adoraria ver essa lógica aplicada ao pagamento de impostos, por exemplo.
O idealismo do ministro é louvável. Adoraríamos todos viver em uma sociedade na qual cada um fizesse a sua parte, sem necessidade de leis, de multas e de polícia. Nesse mundo, nem mesmo ministros da Saúde seriam necessários. Mas aí vem ela, a maldita realidade, cheia de desinformação, disputas de poder e radicalizações. A casa está pegando fogo e o ministro acha que ninguém deve ser obrigado a sair, nem os que põem gasolina nas chamas nem os que dormem, anestesiados, a não ser que queiram. Lindo, ministro, lindo.
Online
Uma pesquisa publicada pelo Pew Center revela que 48% dos americanos acham que o governo deveria agir mais para restringir a circulação de informações falsas nas redes sociais. Eram 38% em 2018.
O mesmo estudo aponta que 59% dos americanos opinam que as empresas de tecnologia deveriam agir mais contra as fake news veiculadas em suas plataformas.
Muvuca
As imagens de aglomeração e de gente sem máscara no Mineirão, transmitidas durante a partida entre Atlético e River pela Libertadores, provaram que ainda é cedo para a volta da torcida aos estádios.
Do bem
Está marcado para amanhã o mutirão organizado pelo DU99 para revitalizar a sede da Orquestra Villa-Lobos, que trabalha há 29 anos com inclusão social de crianças, jovens e adultos da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. O projeto é assinado pelas arquitetas Letícia Barbosa e Cibele Yoshinaga e conta com apoio das marcas Cimafer, Tintas Suvinil, Grupo DCA, Urban Arts, ESPM, CleanNew Porto Alegre e Bebidas Fruki.
Palavras tortas
Augusto Aras, procurador-geral da República, bateu na mesa e disse que não aceita fazer política na instituição que lidera. É uma declaração e tanto, para um agente público que só chegou aonde chegou graças à nomeação política de um político, o presidente da República.
Afirmações como essa, desfocadas e infelizes, ajudam a corroer o clima institucional do país. Como se a política, por si só, fosse algo ruim. Não é. O ruim é a má política, a do apadrinhamento, a da proteção aos amigos poderosos, a dos interesses pessoais acima de tudo. Aras vem sendo criticado por, supostamente, proteger Jair Bolsonaro. Nada mais político nessa hora do que dizer que não faz política.
É incrível como os agentes políticos, assim como Aras, passam quatro anos se xingando e criticando a política, mas vivem dela e precisam dela para se manter nos cargos que ocupam, pagos pelos cidadãos.
Perguntas ainda sem resposta
Quem invadiu os computadores do Tribunal de Justiça do Estado?
Por que o prédio da Secretaria de Segurança Pública do Estado caiu?
De quem foi a culpa pelo incêndio da boate Kiss?
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