quarta-feira, 18 de agosto de 2021


18 DE AGOSTO DE 2021
+ ECONOMIA

Venda da Corsan seria em fevereiro

Ao apresentar os resultados do segundo trimestre da Corsan, seu presidente, Roberto Barbuti, disse ontem que a meta é fazer a capitalização que deve resultar na privatização da empresa na primeira quinzena de fevereiro.

Segundo Barbuti, a empresa trabalha para estar com o processo preparado caso a Assembleia Legislativa aprove o formato de privatização. De abril a junho, o lucro líquido ajustado da Corsan aumentou 19,6%, para R$ 142,53 milhões, e a geração de caixa, pelo indicador Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), cresceu 23% para R$ 159,36 milhões, ambos ante igual período de 2020.

- Há prazo de 90 dias para que os municípios façam a adesão à unidade regional, com a contrapartida de participação acionária de 6%, na proporção do faturamento de cada um. O novo marco prevê prazo até março de 2022, mas a Corsan quer antecipar, mirando o objetivo de ter a operação de IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) concluída no início de 2022, mais especificamente na janela da primeira quinzena de fevereiro.

Barbuti afirmou que a inspeção especial do Tribunal de Contas do Estado (TCE) não deve comprometer esse prazo:

- É algo esperado. Houve provocação que antecipou esse movimento, saudável para o processo. Esperamos demonstrar que temos total transparência e bastante segurança em relação aos procedimentos adotados. No que é de nossa responsabilidade, as coisas estão caminhando bem. Vamos aguardar o ritmo que Assembleia entender por bem.

No segundo trimestre, a Corsan adicionou R$ 79 milhões à provisão para o passivo trabalhista, depois de revisar ações não incluídas no cálculo. O valor total para riscos tributários, cíveis, ambientais e trabalhistas chegou a R$ 602,07 milhões. No período, despesas com pessoal subiram 17,5%, para R$ 320,4 milhões. O aumento decorreu de R$ 25,4 milhões extras em remuneração, encargos e benefícios por reajuste salarial de 7,5% aplicado em maio, promoções, ascensões e incorporações de funções gratificadas (FGs), indenizações trabalhistas e aumento da provisão previdenciária no plano em que a Corsan é patrocinadora.

Choque com os reajustes de energia

A cadeia dos reajustes nas tarifas de energia está em curto-circuito. Em depoimento à Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, o superintendente de gestão tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Davi Antunes Lima, disse ontem que a previsão inicial de reajuste anual médio para este ano era de 18,75%, mas após oito medidas técnicas adotadas pela agência, a expectativa é de que o repasse ao consumidor fique em torno de 9%.

Para o próximo ano, a projeção da Aneel é outro choque: as contas de luz devem subir, em média, 16,68%. Conforme Lima, porém, a antecipação de recursos da privatização da Eletrobras pode reunir R$ 8,5 bilhões e reduzir o reajuste da tarifa cobrada dos consumidores.

Caso essa hipótese se confirme, a previsão de reajuste "cairia" para 10,73%, mas o isolamento da alta tensão de preços ainda não está garantido.

Além da escassez de chuva, que provoca a necessidade de acionar usinas térmicas, elevando a bandeira vermelha, Lima lembrou que a alta do dólar eleva o custo da geração de Itaipu, uma binacional. Além disso, o IGP-M, índice muito impactado pela variação cambial, regula contratos de 17 distribuidoras.

Shopping já tem lojas em Torres

Após três anos de obras, quem chega à maior cidade do Litoral Norte já vê um shopping em funcionamento logo na entrada. Ao lado do Parque do Balonismo, o Torres Garden Open Mall está iniciando suas operações. Duas lojas já estão abertas: uma unidade da rede Elevato e outra da Farmácias São João. Nas próximas semanas, a rede catarinense de materiais esportivos Mattric Sports vai abrir as portas. A R Dimer Empreendimentos, que constrói o shopping, informou que o desabastecimento de matérias-primas na pandemia afetou o cronograma inicial da empresa.

Atualmente, a previsão é que 90% dos espaços comerciais sejam ocupados até o inicio de 2022. O índice já está em 50%.

A boa projeção está relacionada à loja conceito do Asun, que deve abrir no local em setembro. A marca vai ocupar sete das 22 lojas do empreendimento, com uma área de 6 mil metros quadrados. Vai gerar 200 vagas diretas e indiretas de emprego.

Segundo Marcel Mesquita, gerente de marketing da empresa, o público recebeu positivamente a construção do empreendimento na Avenida Barão do Rio Branco:

- A R Dimer investiu em uma área que estava depreciando o entorno. Além de investir em estrutura moderna, trouxe o alto padrão da construtora, o que valorizou a região e trouxe melhorias, como pavimentação.

Começa a privatização da CEEE-G

O governo do Estado abriu o acesso a dados do braço de geração da CEEE nesta semana. É a última parte da estatal de energia a ser privatizada. Conforme o Piratini, o leilão da CEEE-G deve ocorrer até dezembro. A abertura do data room é o primeiro contato de potenciais interessados com detalhes da companhia. A partir desses dados, os candidatos podem pedir complementos.

A venda da geradora ficou para depois da privatização da Sulgás porque é preciso definir a situação dos projetos em que a estatal tem participação, mas não o controle. São 343,81 megawatts (MW) envolvidos nessas parcerias. A CEEE-G ainda tem cinco hidrelétricas - como a de Salto, na foto acima - , oito pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e duas centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), que somam potência instalada de 909,9 MW.

Stihl fatura R$ 1,5 bi

Líder no mercado brasileiro de ferramentas motorizadas, a Stihl fechou o primeiro semestre de 2021 com alta de 43% no faturamento, que alcançou R$ 1,5 bilhão. O número de máquinas vendidas no período aumentou 39% ante o primeiro semestre de 2020. A exportação teve efeito relevante, com crescimento de 46% na mesma base de comparação.

Segundo Cláudio Guenther, presidente da empresa, esse salto tem base nos investimentos feitos para estruturar o desenvolvimento sustentável. Além de ampliar a capacidade, o aporte foi feito para modernizar os equipamentos e melhorar processos. Em 2021, a Stihl Brasil teve investimento recorde de R$ 532 milhões na unidade de São Leopoldo, que concentra a produção nacional. Desde de junho de 2020, a Stihl contratou cerca de 1,4 mil pessoas para essa planta.

MARTA SFREDO

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