28 DE NOVEMBRO DE 2020
MARCELO RECH
Daqui a cinco anos
Em gestões de carreira, uma tática recorrente para se aferir o grau de ambição, visão e realismo de um possível futuro executivo é perguntar como ele se imagina dentro de cinco anos. O prazo é distante o suficiente para ricos exercícios de oportunidades mas também próximo o bastante para que não se descole de tendências perceptíveis. Pois, em meados de outubro, GZH e Zero Hora indagaram aos então 13 postulantes à prefeitura de Porto Alegre como eles vislumbravam a cidade em cinco anos caso fossem eleitos. Em artigos, as candidaturas descreviam, com eles ou elas no comando, uma cidade mais feliz, humana, inovadora, segura ou eficiente.
Nada de errado nessas cartas de boas intenções, mas é pouco para o que vem por aí. O debate eleitoral em Porto Alegre, como de resto em todo o Brasil, passou ao largo do mundo novo que se desenha no horizonte, com potencial de devastar ou impulsionar as economias locais. Inteligência artificial, internet das coisas, bio e nanotecnologias, 5G, veículos elétricos e autônomos, cidades sustentáveis e trabalho remoto são apenas algumas das tendências da economia 4.0, que, se goste ou não, dominará nossas vidas em futuro nem tão longínquo.
Nada de errado nessas cartas de boas intenções, mas é pouco para o que vem por aí. O debate eleitoral em Porto Alegre, como de resto em todo o Brasil, passou ao largo do mundo novo que se desenha no horizonte, com potencial de devastar ou impulsionar as economias locais. Inteligência artificial, internet das coisas, bio e nanotecnologias, 5G, veículos elétricos e autônomos, cidades sustentáveis e trabalho remoto são apenas algumas das tendências da economia 4.0, que, se goste ou não, dominará nossas vidas em futuro nem tão longínquo.
No passado, os acendedores de lampião pareciam ser parte da paisagem urbana para sempre, e desapareceram. Algo semelhante está por acontecer com dezenas de milhares de empregos. Mesmo sem pandemia, setores inteiros vão sumir, outros vão surgir. Porto Alegre, sob liderança e inspiração de seu prefeito ou prefeita, precisa estar no controle desse movimento, inevitável como a chegada da energia elétrica que levou luz aos postes.
As duas candidaturas que serão avaliadas neste domingo nas urnas têm seus méritos, mas o Pacto Alegre, uma aliança de universidades, iniciativa privada e poder público, que é a melhor aposta de futuro da cidade, mal foi mencionado na campanha. Vamos torcer para que as propostas previsíveis e demagógicas tenham sido apenas espasmos eleitoreiros, porque, em cinco anos, o tsunami não vai poupar cidades governadas por quem não tenha tido dimensão, senso de estratégia e visão para surfá-lo. As creches, a saúde e o transporte dependem disso.
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