sexta-feira, 20 de novembro de 2020



20 DE NOVEMBRO DE 2020
+ ECONOMIA

Dois grupos nacionais de olho na Refap 

Depois de travar o processo de privatização da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, durante a pandemia, a Petrobras retomou o processo. Até meados de dezembro, devem ser feitas as propostas. Como se previa há um ano, as principais candidatas à compra são as gigantes nacionais Ultra e Cosan.

Já havia pouco interesse de grandes grupos internacionais pelas refinarias brasileiras, e o comportamento errático do mercado de petróleo durante a pandemia não ajudou.

Conforme informações que circulam no mercado, o maior interesse das duas gigantes não está focado na Refap, mas na Repar, que fica em Araucária (PR), por estar mais perto do mercado paulista. O perdedor em uma possível disputa pela unidade paranaense ficaria com a de Canoas.

AS CANDIDATAS

Ultra: dona da rede de postos Ipiranga, da Ultragaz, da Ultracargo e da Extrafarma. Tem ainda uma pequena unidade no polo petroquímico de Triunfo (Oxiteno) e um terço da refinaria de Rio Grande.

Cosan: controla a maior produtora de etanol do Brasil, a Raízen, a rede Shell e a Compass, dona da Comgás (equivalente à Sulgás em São Paulo). É dona ainda da Rumo (ex-ALL), de transporte ferroviário.

Fundo de pensão tenta manter apoio da CEEE 

Apesar de já ter recebido a comunicação da CEEE sobre o rompimento do patrocínio aos planos de aposentadoria complementar, o fundo de pensão dos funcionários ainda tem expectativa de que a decisão possa ser revertida. Presidente do Família Previdência, Rodrigo Sisnandes Pereira disse esperar uma reconsideração na assembleia-geral extraordinária convocada para o dia 2 de dezembro. A hipótese é um tanto remota, porque a decisão será tomada em reunião de acionistas na qual o Estado tem ampla maioria (66%).

Sisnandes pondera que a retirada do patrocínio eleva a dívida da CEEE-D em R$ 1 bilhão ao antecipar pagamentos exigidos da empresa. Sem isso, a dívida total da companhia seria de R$ 6 bilhões, em vez de R$ 7 bilhões, porque as pendências atuais estariam ao redor de R$ 100 milhões. No governo estadual, a ponderação é de que mesmo que o patrocínio seja mantido, esse compromisso será considerado na avaliação dos compradores.

Conforme Sisnandes, "tudo segue normal" para quem recebe aposentadoria complementar da instituição. O maior impacto, detalha, vai ocorrer nos planos vitalícios, em que os inativos recebiam até o final da vida e deixavam 50% dos recursos para herdeiros:

- Se a empresa confirmar a desistência, vamos individualizar as reservas e chamar os beneficiários. Eles poderão resgatar, fazer portabilidade para outro plano ou transformar em benefício por tempo definido.

Todo esse processo deve levar mais de um ano.

- Do nosso ponto de vista, não tem porta fechada. Acredito ainda que vamos poder ajustar antes da assembleia-geral. Não faz sentido transformar dívida de R$ 100 milhões em um R$ 1 bilhão, não é necessário fazer isso. Pedimos a manutenção do patrocínio por 10 anos, mas se der só cinco está bom - afirma Sisnandes.

Ainda existe a possibilidade de o novo acionista oferecer um plano de previdência complementar aos funcionários que permanecerem na CEEE, uma prática usual das principais empresas privadas do setor.

MARTA SFREDO

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