quinta-feira, 19 de novembro de 2020


19 DE NOVEMBRO DE 2020
OPINIÃO DA RBS

VITÓRIA DO ELEITOR

Foi do eleitor a vitória no primeiro debate do segundo turno para a eleição à prefeitura da Capital, promovido ontem pela manhã pela Rádio Gaúcha. Manuela DÁvila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB) proporcionaram aos porto-alegrenses um encontro de nível elevado. Deixaram de lado ataques que nada edificam e priorizaram a apresentação de propostas para solucionar os problemas da cidade e vencer os desafios do futuro.

Deve ser saudada a postura respeitosa dos dois candidatos entre si e para com os eleitores, exaustos de polarizações vazias, trocas de acusações e tentativas de desconstruir adversários. Mesmo em momentos de maior contundência, naturais em debates eleitorais, não houve descortesia e os cidadãos foram brindados com as opiniões de Manuela e Melo sobre como resolver os impasses que inquietam os moradores de Porto Alegre em temas variados como saúde, educação, transporte público, segurança, recuperação da economia da cidade em meio à pandemia e IPTU, entre outras várias pautas.

O encontro entre os dois postulantes a comandar a Capital pelos próximos quatro anos oportunizou, portanto, bons subsídios para os eleitores que ainda não decidiram o voto, ou que porventura até podem mudar em relação à opção do primeiro turno. Ao comparar os diferentes conceitos, argumentos, ideias e propostas, os porto- alegrenses que irão às urnas no dia 29 de novembro passam a ter melhores condições de fazer uma escolha consciente. Espera-se que, no restante da campanha, a civilidade e a prioridade na apresentação de planos continue a preponderar.

O confronto de projetos de forma elevada protagonizado por Manuela e Melo é um exemplo que pode ser seguido pelos demais candidatos de outras cidades gaúchas com segundo turno, quando se encontrarem para debater os problemas de seus municípios e as soluções para seus dilemas. Os gaúchos e brasileiros expressaram, no domingo, cansaço em relação à radicalização destrutiva que tomou conta do país nas últimas eleições. O recado que ficou das urnas é o convite à moderação.

É do que a política precisa neste momento em que o Brasil segue cindido. E ao mesmo tempo é uma mudança de postura que deveria inspirar também os eleitores, independentemente da preferência partidária ou ideológica, sendo um incentivo ao início de um período de busca de consensos e discussões construtivas no lugar de intransigências e extremismos. Desta forma será possível desinterditar o diálogo não só no mundo político, mas também recomeçar a reatar laços familiares, de amizade e nas relações sociais e de trabalho envenenadas pela peçonha de uma era de discórdias desmedidas.

 

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