Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
10 de junho de 2011 | N° 16725
DAVID COIMBRA
Eu não tenho turma
Os petistas são uns malas. Os ecologistas inimigos dos sacos plásticos, os budistas meditadores, os (cruzcredo) veganos, as feministas, os defensores dos animais, todos esses são uns malas. Insuportavelmente malas também são os evangélicos, os mórmons de camisa de manga curta, os católicos recitadores da Bíblia, os liberais de fóruns e os idiotas que suspiram pela ditadura. Malas, e além de malas tacanhos atrasados, são os racistas de qualquer cor, mas alguns integrantes do Movimento Negro também sabem ser malas.
Os antitabagistas são malíssimos e a Massa Crítica aquela é uma mala pedalante. Os malas modelo 2011 saltaram de um repositório de malas: a Academia. São os linguistas e intelectuais que juram que há quem sofra com o “preconceito linguístico”.
Eu aqui bem posso ser um tremendo mala, mas pelo menos não fico tentando cooptar os outros para a minha malice, nem crio sites em defesa da minha malice, nem saio a gritar que a minha malice é a salvação do planeta. Vocês, malas organizados, fazem isso. Não me encham o saco, seus malas!
Eu não tenho turma, eu não quero ter turma, com exceção das pessoas de quem gosto, que não formam uma associação, que não são ONG (malas!), nem movimento de coisa nenhuma.
Esses malas idealistas dizem que tudo é ideologia. NÃO É. Tudo pode ser político, inclusive ser apolítico, mas nem todo mundo tem ideologia. Porque ter ideologia significa, SIM, ser alinhado, ter uma escola de pensamento ou algo que o valha. Eu não sou alinhado com escola nenhuma. Quero poder criticar e elogiar a quem e o que bem entender, quero ter independência no meu julgamento sem ser classificado, rotulado e identificado com o que quer que seja.
Tempos atrás, quando trabalhava na política, concordava com os políticos quando eles diziam que os partidos têm de ser valorizados. Que valorizar o partido é fortalecer a democracia. Concordava com isso. Hoje nem tanto. Por quê? Por causa dos malas dos partidos.
Quais são os partidos mais orgânicos do Brasil? Os malas do PT e os malas do DEM, esse legítimo herdeiro da ditadura militar. Mas quem é o PT e quem é o DEM? O PT é o PT do Raul Pont ou o do Palocci? Do Olívio Dutra ou o do Zé Dirceu? E o DEM? É o DEM gaúcho ou o do Nordeste profundo do Brasil?
Alguns partidos tentam, mas não conseguem ser turma. Outros nem tentam. Então, se for votar “em lista”, como pretendem alguns ao propor a reforma política, vou votar em quem? Em que turma?
Não, eu não quero ter turma. Não quero votar em lista. Quero poder apontar exatamente para onde vai o meu voto: para aquele ali. Pronto. Eu decido o mala que vai falar por mim.
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Um comentário:
Sempre te achei um mala, mas não sabia onde classificá-lo. Não conseguia te enquadrar entre os malas da Comunicação (e temos tantos). Agora percebo, és um mala avulso.
Grande abraço e parabéns pelo artigio.
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