sábado, 25 de junho de 2011



25 de junho de 2011 | N° 16740
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


Truco, Pitôco, Rabão

O truco é o mais tradicional jogo de cartas do gaúcho brasileiro e do “gaucho” castelhano.

Existe o truco-de-amostra e o truco-cego, que por não ter amostra é muitas vezes chamado de “pitôco” ou “rabão”, demonstrando que não tem rabo...

Em Porto Alegre funciona desde 14 de junho de 1983 o Clube de Truco Pitôco, reunindo Mestres da estatura de Aristheu Penalvo Filho e Nei Machado.

Nei, que é um excelente poeta, escreveu estes versos, que tem vocação de canção:

Sou do Pitôco,
Eu sou diferente,
A gente não sente
E segue jogando
Perdendo ou ganhando
Que nem acredito.
Aprendendo as manhas,
Realizando façanhas.
- Não perco no grito.

“Venia” Maria,
Com sua picardia
Sobre o Riachuelo.
São do mesmo pelo
As cartas da mão.
Presta bem sentido
- É flor, atrevido!
Nunca fui chambão.

Sou do Pitôco,
No jogo sou forte,
Um dia de sorte
Outro de mormaço
E até me faço
Passar por maluco,
Nunca dou refresco:
É laranja ou pesco,
Envido, seu truco!

Sou do Pitôco,
Este é o meu jogo
É chispa de fogo
Que mexe com a gente
E empurra prá frente
Do jeito que vem.
E vai-se orelhando,
Ansioso, peleando
Com aquilo que tem.

Sou do Pitôco,
A vida é assim:
Quando chegar o fim,
Daqui do Pitôco
Levarmos um troco
Dentro do chapéu,
Queremos os parceiros
Que foram pioneiros,
Num truco no céu!

Nenhum comentário: