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segunda-feira, 13 de junho de 2011
13 de junho de 2011 | N° 16728
KLEDIR RAMIL
Não matarás
Desde criança tenho tentado seguir à risca os 10 mandamentos que me foram ensinados pela Igreja Católica, entre eles o que diz que não se deve matar. Como a Bíblia não entra em maiores detalhes, sempre acreditei que essa prática não deve se limitar aos seres humanos e é extensiva a todo tipo de animal.
Aliás, esse é um dos motivos de eu ter me tornado vegetariano. Tenho pelos animais, ditos irracionais, um amor e um respeito que não me permitem nem mesmo pagar alguém pra matar por mim.
Minha filha me contou que uma grife lançou uma echarpe com pele de raposa e foi soterrada por manifestações contrárias. Se eu já acho um crime matar para comer, imagine para usar de enfeite, de adereço fashion enrolado no pescoço. Eu pensei que esse tipo de coisa não existisse mais, que já estava combinado que é incorreto.
“Matar ou não matar animais, eis a questão”, diria algum personagem de Shakespeare, se ele tivesse escrito sobre o assunto. O que eu posso comentar é que, como tudo na vida, isso também tem limite. O mosquito, por exemplo. Já assassinei vários, mas tenho a desculpa de que foi sempre em legítima defesa. Era ele ou eu.
As traças também. Aqui em casa são tratadas com a lei da selva. É guerra! Quando encontro alguma pendurada num casaco, torço o pescoço sem piedade. Tanta crueldade eu só uso nesse casos, quando sou atacado. O que, pelo menos para minha consciência, serve de consolo.
Com bichos inofensivos eu convivo sem stress. Sempre que encontro uma lagarta caminhando pela casa, recolho e levo para o jardim. Mesmo sabendo que vai comer as plantinhas da patroa. Acontece que a coitada também precisa se alimentar, é a lei da vida, é o movimento da cadeia alimentar.
Procuro evitar matar os bichinhos que não estão me atacando. Até mesmo uma barata. Sim, eu sei que é um bicho nojento, mas eu olho pra ela sempre com admiração por esse maravilhoso mistério chamado “vida”. Se encontro uma barata, desvio e sigo meu caminho.
Às vezes, tem momentos em que nossos princípios éticos e morais vão pro espaço. Outro dia, minha mulher saiu gritando enlouquecida porque havia uma barata na cozinha. Tive que pegar um chinelo e liquidar o assunto. É melhor conviver com a culpa do assassinato de um inseto do que ter que aguentar uma italiana descontrolada, aos berros pela casa, cujas consequências podem ser imprevisíveis.
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