Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Nova Luz, velho crack
SÃO PAULO - Chamar a cracolândia de Nova Luz é uma dessas piadas de humor negro que só São Paulo parece capaz de produzir.
Nova Luz é o nome que se dá ao projeto de reurbanização daquela parte especialmente degradada do centro da cidade. A cracolândia é a síntese dessa degradação.
As propostas de revitalização da região remontam à gestão do finado Celso Pitta. Mas seu nome atual -Nova Luz- é de 2005, ideia do prefeito José Serra, o breve.
Estamos em 2011. E o que aconteceu? A Nova Luz é mais Cracolândia do que era seis anos atrás. O projeto patinou em busca da sua viabilidade -refém da letargia do poder público, do cálculo do mercado imobiliário, do desapreço das elites pela própria cidade.
Os ricos, em São Paulo, estão permanentemente em fuga -do centro para Higienópolis, daí para os Jardins, depois o Morumbi, Alphaville etc. E dá-lhe condomínios verdes de segurança máxima!
Enquanto a Nova Luz não vem, o crack se alastra. De tão assombroso, o espetáculo dos zumbis que orbitam em torno do mercado livre de drogas já se tornou uma espécie de ponto (anti)turístico da cidade. A cracolândia -a cidade do crack- tem fama internacional.
Pode-se criticar pontualmente a inação de policiais, mas é evidente que este não é mais (e nunca foi só) um problema da polícia. Na melhor hipótese, a PM ali enxugará gelo. Os moradores da região, acuados pela presença dos "noias", têm razões de sobra para reclamar. Mas é bom ter claro que estamos diante de um fenômeno extremo e complexo, diante do qual o poder público oscila entre ser omisso e inepto.
A cracolândia não é um problema a ser enfrentado em 10 ou 15 anos por uma espécie de faxina conduzida pelas mãos, ritmos e interesses do mercado imobiliário. Pensar isso é uma forma de crueldade social. Trata-se de uma tragédia que solicita atenção um pouco menos negligente por parte de Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin.
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