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sábado, 6 de novembro de 2010
06 de novembro de 2010 | N° 16511
NILSON SOUZA
A regra do impedimento
Participei esta semana de uma conversa com estudantes de Jornalismo e saí entusiasmado com o interesse dos jovens por esta nossa profissão ultimamente tão ofuscada pelo brilho das novas mídias. O curioso é que falamos abertamente sobre temas complexos – como censura, ética na comunicação, cobertura política e autonomia para a opinião – sem que houvesse qualquer polêmica.
Estava até preparado para ser questionado, mas a garotada se conteve. Porém, quando comentei que as mulheres atualmente participam de todas as áreas do Jornalismo, inclusive do futebol, embora não entendam a regra do impedimento, fui imediatamente repreendido como se tivesse incorporado o mais deplorável dos machistas.
Uma das alunas deu um pequeno discurso, mostrou o seu conhecimento sobre o assunto e recebeu o aplauso da turma. Aceitei o cartão amarelo e segui adiante.
Mas a verdade é que elas não conhecem. Nem a maioria de nós, homens. Nem mesmo muitos do que vivem em torno do futebol. Arrisco-me a dizer que até mesmo alguns árbitros se atrapalham de vez em quando com a Regra 11, que é, sem qualquer dúvida, a de mais difícil aplicação entre as 17 normas que regem o esporte mais popular do mundo.
Passei a fazer esta provocação às mulheres desde o dia em que ouvi uma palestra de Marluce Dias da Silva, então superpoderosa diretora-geral da Rede Globo, executiva culta e bem-sucedida, que falava com segurança sobre qualquer assunto.
– Só não me peçam para falar da regra do impedimento, porque isso eu nunca vou entender – dizia.
Quem entende? O ex-árbitro Arnaldo Cezar Coelho, hoje comentarista de arbitragem, tem um quadro na televisão em que apresenta situações reais e fictícias do futebol para o público e para uma plateia de especialistas convidados, incluindo atletas em atividade. Raramente eles coincidem na resposta certa quando entra em questão o fatídico impedimento.
A regra parece clara: um jogador está impedido quando se encontra mais próximo da linha do gol adversário do que a bola, no momento em que esta lhe é passada por um companheiro de equipe.
Mas inexiste impedimento se houver dois adversários entre ele e a linha de fundo, se ele estiver no seu próprio campo, se o lançamento for de tiro de meta, de arremesso lateral e mais uma série de circunstâncias de jogo impossíveis de enumerar. Muitas vezes parece que é, mas não é.
Dona Marluce tem razão. Minha futura colega também tem todo o direito de defender, com a veemência da sua juventude, a autoridade feminina nesta intrincada questão.
Mas sugiro que inclua na sua agenda para o futuro uma regrinha profissional que a idade me ensinou e que esqueci de mencionar no nosso agradável encontro: cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
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