quarta-feira, 3 de março de 2010


RUY CASTRO

Assaltantes bem trapalhões

RIO DE JANEIRO - Há semanas, a polícia prendeu três homens que tinham acabado de assaltar uma farmácia no Jardim Tremembé, zona norte de São Paulo. Chamados pelo 190, os policiais capturaram os bandidos dentro de um carro.

Com eles, o produto do roubo: algum dinheiro, um secador de cabelo, três celulares, duas caixas de remédios para o fígado e 15 para impotência.

Como as quantidades eram pequenas para revenda, supõe-se que os artigos fossem para uso próprio.

No Imirim, também zona norte de São Paulo, na semana passada, um rapaz de 19 anos tentou assaltar um bar penetrando pela chaminé da churrasqueira.

Mas calculou mal e ficou entalado. Quando se viu incapaz de subir ou descer, apavorou-se e gritou socorro. A dona do bar acudiu, viu as pernas do jovem comicamente suspensas entre os defumados e chamou a polícia.

No Rio, três homens bem vestidos estacionaram diante de um hotel em Copacabana no começo da madrugada, renderam os seguranças e anunciaram o assalto.

Depois de limpar R$ 50 mil do cofre, obrigaram um funcionário a arrombar a sala de monitoramento das câmeras e pegaram o equipamento de gravação. Em seguida, levaram cinco aparelhos de TV de LCD para o carro e fugiram -esquecendo no balcão o computador com as imagens do assalto.

A polícia os identificou e prendeu. Dá a impressão de que nossos bandidos estão ficando ineptos, relapsos, preguiçosos, não? Daí a surpresa diante do assalto bem-sucedido à casa do empresário dito operador do mensalão Marcos Valério, sábado último, em Belo Horizonte.

O bandido apresentou-se como agente de zoonoses, com o que a empregada lhe abriu o portão. Um agente de zoonoses cuida de doenças desencadeadas por vírus, fungos e bactérias, transmitidas por animais e, agora, pelo próprio homem. Faz sentido.

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