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segunda-feira, 6 de abril de 2009
06 de abril de 2009
N° 15930 - PAULO SANT’ANA
Grêmio foi melhor e Roth caiu
Como viajei a Rio Grande não tive tempo, nesta coluna, de parabenizar o S. C. Internacional e seus torcedores pelo transcurso do centenário do clube.
Mas faço-o agora, se mais ainda não tivesse importância o Internacional, ela se destacaria para mim por esses 60 anos de rivalidade Gre-Nal que vivi, centro da minha ocupação emocional e esportiva nesse longo período.
Parabéns, Internacional e colorados.
E é um centenário com sorte. Teve sorte o Internacional no Gre-Nal de ontem, as oportunidades de gol mais vivas do Gre-Nal foram de autoria do Grêmio, as bolas nas traves, o pênalti mais veemente da partida, entre os dois marcados pelo árbitro e o que lamentavelmente Gaciba não viu, foi a falta escandalosa de Sandro sobre Leo no primeiro tempo.
Mas o juiz não viu. Ou viu e não sei por que não quis dar.
Além das bolas na trave, símbolos claros da maior presença ofensiva gremista em todo o jogo. Confesso que temi por pior resultado do que o 2 a 1, antes do jogo.
Incrivelmente o jogador Souza deu uma entrevista criticando a decisão da diretoria de mandar jogar o Gre-Nal com os titulares.
Celso Roth, em suas entrevistas de antes do Gre-Nal, na sexta-feira, dava a entender, claramente, que tinha sido voto vencido na decisão de jogar o Gre-Nal com os titulares: “Apesar dos riscos, vamos com os titulares”.
Tanto Souza quanto Celso Roth transmitiram a ideia de que havia um motim no Olímpico, os jogadores e o treinador contestavam a direção. Também por isso Roth caiu.
Pensei comigo que a rebelião iria redundar num fiasco gremista no Gre-Nal, com falta de empenho e entusiasmo por parte do time e do treinador, em protesto contra a decisão da diretoria em jogar o Gre-Nal com os titulares.
E nada disso aconteceu. Tanto Celso Roth quanto os jogadores se portaram de maneira digna no clássico, foi a melhor atuação do Grêmio nos últimos Gre-Nais, desta vez faltou nitidamente a sorte. O Grêmio não merecia nem sequer empatar o Gre-Nal, merecia tê-lo vencido. Ironia, foi esse jogo o último de Roth, mas ele vinha caindo aos poucos.
Isso não quer dizer que Celso Roth e Souza tinham razão: se o carnê surpreendeu a todos com a marcação de um Gre-Nal, correto foi o presidente Duda Kroeff ao anunciar que Gre-Nal se joga com titulares.
Não tem explicação desconsiderar-se o público e o campeonato, lançando reservas num Gre-Nal para preservar-se, com o fim de jogar contra o Aurora dois dias depois pela Libertadores.
Contra o Aurora, no Olímpico? É demais. Foi certo jogar com os titulares o Gre-Nal. E foi deploravelmente indisciplinado o jogador Souza ao voltar-se contra a decisão da diretoria. E foi esperadamente rançoso o Celso Roth ao deixar escapar, subliminarmente, que era contra a decisão.
Embora no Gre-Nal não se tenha verificado, em nenhum instante, qualquer boicote do treinador e do Souza. Pelo contrário, eles se excederam em dedicação em todo o transcorrer do clássico.
Não pensem que me engana a atuação superior do Grêmio sobre o Inter ontem.
Não me engana, o Internacional tem muito melhor time e melhor elenco que o Grêmio, haja vista a série de Gre-Nais perdidos pelo Grêmio.
Malditos sejam os ex-dirigentes do Grêmio que levaram o clube à falência e a essa inferioridade técnica do time, a essa precariedade de recursos que fazem do Grêmio um time desproporcionalmente inferior ao Inter. Malditos sejam os que quebraram o Grêmio.
Eles tinham que receber do Inter uma homenagem especial no Centenário. São eles que construíram essa alegria atual dos colorados.
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