Medo da chuva
Sarandi, Vila Farrapos e Humaitá, bairros traumatizados pela enchente de maio, voltaram a alagar ontem devido à ineficiência do sistema de drenagem da Capital. Pela Rua Voluntários da Pátria, um veículo acabou ilhado em um dos pontos de alagamento, e os quatro ocupantes do carro, cercados pela água que chegava à metade da altura das rodas, precisaram sair pelo teto solar.
A imagem me lembrou uma famosa foto de 2001, na Avenida Goethe, no bairro de Moinho de Vento, quando passageiros de uma lotação foram retirados do veículo por um jet-ski de um morador da região. Lá se vão mais de 20 anos. O problema crônico da Goethe foi resolvido - ali, não alaga mais. Já o resto da cidade... Outra imagem impressionante de ontem é o alagamento na esquina da Protásio Alves com Neusa Goulart Brizola. A cada chuva, os porto-alegrenses estão descobrindo novos locais onde os bueiros cospem água.
Antigamente, gostava de dias chuvosos e sua melancolia. Os traumas de setembro e de maio me fizeram odiar chuva. Dias atrás, em entrevista à coluna, a supervisora de saúde mental do Médicos Sem Fronteiras (MSF), a gaúcha Júlia Martins, afirmou que, depois de passarmos pelo que passamos, as pessoas podem continuar sentindo ansiedade um pouco mais aumentada, algumas dificuldades em relação ao sono, angústia, por exemplo, quando chove.
- As pessoas podem sentir aquele receio traumático e de rememoração - disse.
É isso. Vivemos um trauma coletivo.
Cláudio Julaia, coordenador de emergências do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), seguiu a mesma linha.
- Em uma situação como essa e pelo impacto que teve, as características acabam sendo similares a outros eventos: o susto, o trauma, o estresse, o medo, cada vez maior, que se avise que vai haver chuva - enfatizou.
No próximo dia 3, completam-se cinco meses do dia em que Porto Alegre começou a submergir. Quantos meses ainda serão necessários para que nós, porto-alegrenses, nos sintamos seguros? _
Americanos que moram no RS já podem participar das eleições
Americanos que residem no RS ou gaúchos com dupla cidadania já podem votar nas eleições dos Estados Unidos. O processo consiste em preencher um formulário, receber a cédula por correio ou de forma eletrônica - de acordo com a política de cada Estado americano - e enviar novamente para os EUA o envelope com os votos.
Como votar
O primeiro passo é acessar o Programa de Assistência ao Voto Federal (www.FVAP.gov). Lá, preencher o Cartão Postal Federal (FPCA) para garantir sua participação como um eleitor ausente do território americano. Uma vez aprovada, é enviada por correio ou de forma eletrônica a cédula eleitoral.
Com a cédula em mãos, o eleitor deverá preenchê-la. Após isso, poderá entregar os documentos aos oficiais do Consulado ou Embaixada dos EUA mais próximos, ou enviá-la diretamente por correio. Importante ficar atento: se for entregue na Embaixada ou Consulado, o envelope deve indicar que a postagem já foi paga. A recomendação do órgão é de que seja entregue até o dia 4 de outubro. Outra forma é mais informações é por e-mail para voteportoalegre@state.gov.
Participação na cidadania
A coluna conversou com um porto-alegrense que morou 20 anos na Flórida e está apto a votar. Ele prefere não se identificar, mas contou como foi o processo.
- Estou há 10 anos de volta ao RS e casualmente vi que poderia votar por correio. Mandei os dados para o sistema eleitoral da Flórida, preenchi o formulário e me mandaram por correio a cédula. Levou uns 12 ou 13 dias.
Agora, enviará o documento eleitoral preenchido.
- A participação é importante para a cidadania - enfatizou. _
Entrevista - Natalie Unterstell - Presidente do Instituto Talanoa
"Usar um pouquinho menos de petróleo não resolve"
Durante toda a semana, líderes globais estão participando da Assembleia Geral da ONU. A coluna conversou com Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, uma organização que atua para o desenvolvimento de políticas climáticas e em frentes de combate aos impactos socioambientais.
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