terça-feira, 17 de setembro de 2024


17 de Setembro de 2024
ARTIGOS

Dia Nacional do Teatro: a mudança pela arte

Paulo Beccon - Coordenador do Centro de Eventos e do Teatro do CIEE-RS Banrisul

Criatividade, empatia, pensamento crítico, conhecimento. Essas são apenas algumas habilidades que as artes proporcionam. O teatro, por exemplo, mostra a perfeição e a imperfeição humana. Ao assistir a uma peça, o espectador tem a chance de se colocar no lugar de personagens e viver experiências que talvez jamais teria no "mundo real".

O desenvolvimento social e profissional do indivíduo está muito ligado a refletir sobre os desafios enfrentados no cotidiano e se posicionar de maneira diferente, buscando melhores soluções e alternativas. Aos poucos, os ambientes nos quais está inserido são impactados e evoluem juntos. Uma pessoa que consome cultura está mais preparada para a vida.

E os ganhos para o corpo e a mente? A Organização Mundial da Saúde compilou 900 estudos que apontam que o contato com as artes promove a saúde física e mental e ajuda a prevenir doenças. De acordo com o relatório, para "adolescentes que vivem em áreas urbanas, a educação com base na dramaturgia ajuda a tomar decisões responsáveis, melhora o bem-estar e reduz a exposição à violência".

Na vida adulta e na terceira idade, o teatro e a música ajudam na prevenção da demência, melhoram a atenção e a memória.

Por isso, no Dia Nacional do Teatro, celebrado em 19 de setembro, proponho um compromisso: ampliar o acesso às artes, especialmente a crianças e jovens. No Brasil, o consumo de cultura ainda é elitizado. De acordo com o Ministério da Cultura, apenas nas classes A e B, 100% dos entrevistados declararam ter conferido alguma atividade artística nos últimos 12 meses.

Temos o dever de democratizar essas vivências e dar mais qualidade de vida, desenvolver visões de mundo mais abertas, inclusivas e um comportamento mais colaborativo. Não basta colocar sobre os ombros de crianças e jovens a esperança de uma sociedade melhor. Temos que prepará-los para os desafios e responsabilidades que irão se impor em seus caminhos, para suas jornadas pessoais e profissionais. Que o teatro seja essa ferramenta de transformação e de cura que todos precisamos. Viva o teatro! Evoé! _

Visão capitalista a favor do Rio Grande

Fernando Luiz Zancan - Presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS)

Após assistir, no mês passado, a uma conferência sobre manejo de carbono sustentável, em Pittsburgh (EUA), foi possível compreender melhor como funciona uma política energética capitalista, mas também voltada para o interesse público. Todos os projetos financiados pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos têm uma análise ambiental, econômica e social. A visão norte-americana é pragmática: não abrir mão das indústrias que geram emprego e renda e, ao mesmo tempo, utilizar a tecnologia para eliminar os impactos ambientais.

Como gaúcho, formado em Engenharia de Minas pela UFRGS, sei que o Rio Grande tem no carvão o maior recurso energético do Brasil. Temos 54% da energia brasileira! Um verdadeiro pré-sal à espera de um olhar capitalista, mas com foco principal nas pessoas. É preciso combinar todo esse potencial com uma indústria moderna de captura e manejo de carbono, que respeite o meio ambiente, gerando renda e empregos de maior valor agregado.

Hoje temos Candiota como o município com o segundo PIB per capita do Estado e o 20o do Brasil. Tudo resultado do carvão mineral, abundante nessa região para mais de mil anos. Essa riqueza precisa ser olhada com sensibilidade e pragmatismo. Já existem projetos de desenvolvimento tecnológico visando fazer a transição ecológica e tecnológica do carvão mineral que as comunidades científicas do Brasil estão implementando com ajuda internacional.

Se essas iniciativas forem adiante, poderão contribuir muito para o desenvolvimento das regiões mineiras do Baixo Jacuí e da Campanha. Novos modelos de negócio, incorporando a produção de fertilizantes e de venda de créditos de carbono, podem alavancar a região de Candiota e o porto de Rio Grande. Temos a imensa oportunidade para reconstruir o Rio Grande utilizando seu patrimônio mineral. Nunca o Estado precisou tanto desses recursos. Não há tempo a perder. Nós, gaúchos, temos que olhar os bons exemplos no mundo, e não copiar discursos ideológicos ou eurocêntricos. 

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