segunda-feira, 16 de setembro de 2024


16 de Setembro de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Respostas capitais

Carmen Ferrão - CEO do Grupo Lins Ferrão, controlador das redes Pompéia e Gang, com origem em Camaquã

"Depois da enchente, fechamos maio com o maior crescimento da história"

O ranking SBVC-Cielo, da Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo, deu um terceiro lugar para o Grupo Lins Ferrão - redes Pompéia e Gang - em empregabilidade feminina. As duas marcas têm 76% de mulheres em seu quadro de pessoas. E uma CEO, Carmen Ferrão, que também vai presidir a 14ª Bienal do Mercosul, adiada de setembro para março de 2025 por causa da enchente.

Como o grupo chegou a esse indicador e o que significa?

Ao longo da minha jornada, acompanho o crescimento e o envolvimento das mulheres no mercado de trabalho. Não vamos falar de talentos pessoais, mas de quanto as mulheres pensam nas suas famílias e no seu crescimento pessoal, do quanto vislumbram o futuro em planos de carreira. Agora, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo está olhando para o ESG. Ficamos bastante satisfeitos, porque é um número expressivo em nível nacional.

Como está o projeto de expansão da Pompéia?

Está indo de vento em popa. Continuamos com o plano de expansão, já abrimos 11 lojas em Santa Catarina. Aos poucos, vamos subindo o país. A expansão é muito relevante, porque temos de aproximar a marca das comunidades. Muito me perguntam se a loja física vai terminar com o e-commerce. Mas, não, de jeito nenhum. A loja física vem mudando o seu posicionamento, trabalhando mais a experiência.

Há planos para o Paraná?

Sim, é a nossa revisão de planejamento. RS, SC, PR e vamos subindo. Não temos ponto definido no Paraná. Esperamos consolidar a operação de SC. No ano passado, demos um passo importante, abrimos uma loja no Iguatemi. Hoje, a Pompeia tem 90 lojas e a Gang, 48. Miramos também a eficiência do e-commerce e da logística. Vai ser inaugurado, em breve, nosso centro de distribuição totalmente automatizado em Camaquã.Vai nos proporcionar mais agilidade no estoque, importante para expansão até Santa Catarina.

O que ocorreu na enchente?

Primeiro, fomos cuidar dos nossos. Tivemos 150 funcionários afetados. Das nossas lojas, só uma ainda não reabriu, a do Embarcadero. Em São Leopoldo e Canoas, tivemos só perda de produtos. As lojas do centro de Porto Alegre ficaram fechadas por mais tempo, mas não foram atingidas pela água.

E como está a recuperação?

Na teoria, depois de grandes tragédias, a economia vem com tudo. Maio é o mês do Dia das Mães, a segunda data mais importante para nós. Neste ano, nem existiu, foi em plena enchente. Mas o que se viu na segunda quinzena de maio foi uma venda muito expressiva, porque houve muita compra de produtos para doação. As pessoas doaram, depois compraram para repor. Depois da enchente, fechamos maio com o maior crescimento da história. Foi inesperado. Enfrentamos problemas de logística, mas as lojas estavam abastecidas, esperando, e tínhamos produto para entregar. Vi números do varejo, com crescimento no primeiro semestre de 5%. Estamos com esse número. Agora, há grande expectativa para o segundo semestre, que é decisivo.

Como está a competição com sites estrangeiros depois da taxa?

É um desafio do varejo global. O aprendizado é que cada marca precisa ter seu diferencial. Diferentemente dos concorrentes, trabalhamos com atendimento. Temos 3.211 funcionários e não abrimos mão das pessoas. Então, as lojas têm vendedores que criam relação com os clientes, principalmente nas cidades menores. É a humanização da venda. Também desenvolvemos pessoas, com planos de carreira.

Nas horas vagas, você ainda encaixa a Bienal do Mercosul?

É uma paixão. Fiz a minha primeira, a 13ª, e me convenceram a ficar para a 14ª. Deveria ter começado em 12 de setembro, mas tivemos de transferir para 27 de março. Além dos museus convencionais, vamos ter Bienal na Lomba do Pinheiro, no Museu do Hip Hop, no Vila Flores. O tema desta edição é Estalo. Tem tudo a ver com o momento. Os fenômenos climáticos, temos de encarar. _

GPS DA ECONOMIA

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