segunda-feira, 23 de setembro de 2024


23 de Setembro de 2024
OPINIÃO - Editorial - Opinião do leitor

A recuperação do turismo

Com estradas interrompidas e o aeroporto Salgado Filho fechado, o turismo foi um dos setores da economia gaúcha mais impactados pela catastrófica enchente de maio. O Indicador de Atividades Turísticas (Iatur), divulgado a cada 30 dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) junto da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), mostrou o tamanho do tombo, mas agora também indica que a recuperação está em curso.

No mês da tragédia climática, o Estado registrou uma retração de 32,3% em relação a abril. De forma tímida, o segmento começou a recobrar forças em junho, com uma alta de 8,5% na passagem mensal. Em julho, a atividade cresceu 12,2% ante junho, conforme a mais recente divulgação, no último dia 11.

Os números demonstram que, a despeito da reação, ainda não foi possível recuperar as perdas de maio. Não haveria como sem a plena volta das operações no aeroporto da Capital. Mas não há dúvida de que o Rio Grande do Sul vai voltar a receber um grande fluxo de visitantes a partir da reabertura do Salgado Filho, programada para o dia 21 de outubro, mantendo-se na posição de um dos principais destinos turísticos do país.

É bem-vinda e oportuna, nesse sentido, a campanha lançada pelo governo gaúcho para alavancar as viagens ao Rio Grande do Sul. A iniciativa, apresentada na semana passada, inclui anúncios em aeroportos do país e publicidade em mídias especializadas e grandes veículos de abrangência nacional. O reforço na divulgação dos atrativos do Estado servirá em especial para avisar aos turistas de outras regiões que os gaúchos estão, outra vez, preparados e de braços abertos para bem recebê-los. O retorno do aeroporto Salgado Filho, ademais, também vai fazer com que o turismo corporativo, de negócios e eventos volte a ganhar força, movimentando ainda mais negócios de hotelaria, restaurantes e transportes, entre outros.

Trata-se de um setor relevante na economia gaúcha. Em 2022, representou 4% do PIB estadual. Conforme relatório da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, as atividade relacionadas ao turismo faturaram R$ 20,1 bilhões no ano passado. Em 2023, o Estado também ficou atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo na chegada de visitantes estrangeiros. Foram mais de 1 milhão. Sabe-se ainda que a serra gaúcha está sempre entre os destinos mais desejados entre os brasileiros que pretendem viajar a lazer.

A conjuntura é positiva para o turismo. De acordo com outro trabalho recente do IBGE, o número de viagens no país cresceu 71,5% entre 2021 e 2023. Também contribui o quadro econômico, com desemprego em baixa e melhora da renda das famílias. Localmente, somam-se a esses fatores os atrativos naturais do Rio Grande do Sul, a paisagem, a arquitetura, o vasto e rico patrimônio histórico, a cultura diversificada, a gastronomia, os parques temáticos e os serviços de qualidade.

Nos dias mais duros da tragédia climática, foi comovente a solidariedade dos brasileiros de todos os Estados com os gaúchos. Jamais será esquecido tamanho apoio. Está chegando o momento de começar a retribuir, com a hospitalidade típica dos rio-grandenses. Eis também uma oportunidade para os próprios moradores do Estado conhecerem melhor os encantos e as características únicas de cada região do Rio Grande do Sul. _

OPINIÃO

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