sexta-feira, 20 de setembro de 2024


20 de Setembro de 2024
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Candidatos à prefeitura sobem o tom no primeiro debate após nova pesquisa

Porto Alegre

Em confronto organizado por entidades empresariais no Palácio do Comércio, principais postulantes na Capital trocaram provocações e ampliaram o leque de temas. Educação, infraestrutura, turismo, segurança e Centro Histórico estão entre os assuntos que vieram à tona no evento

Os empresários presentes no Salão Nobre do Palácio do Comércio viram um maior embate entre os quatro principais nomes da corrida eleitoral. As acusações e ataques, mesmo que em maior quantidade ao atual prefeito, espalharam-se entre o quarteto. O leque de temas também se abriu: a enchente de maio deixou de ser o único centro das atenções. Educação, infraestrutura, turismo, segurança e Centro Histórico emergiram nas mais de duas horas de confronto.

Pauta ideológica

Os momentos mais ásperos ficaram para o quarto e último bloco, em que os temas eram livres. Melo e Juliana se embicaram durante todo o tempo. O emedebista afirmou que sua adversária tem andado pouco pela cidade. O tema do momento era empreendedorismo, e a pedetista fechou sua resposta acusando a atual gestão de corrupção.

- Vou fazer bem diferente de ti, pois estamos perdendo nossas empresas - iniciou a candidata, para, no fim, afirmar:

- Precisamos acabar as obras. Fazer a economia girar. Construir creches, melhorar a mobilidade urbana. Combatendo a corrupção, que é o grande mal que governa a cidade de Porto Alegre.

- Quando a senhora foi secretária, a senhora foi processada. Não aceito esse tipo de provocação. O que a senhora fez como vereadora, deputada, para tornar essa cidade empreendedora? - rebateu Melo.

Apenas na primeira parte do debate, a enchente foi protagonista. O formato deste recorte consistiu em os candidatos responderem a uma pergunta formulada por representante das entidades promotoras do evento (ACPA, CDL POA, SHPOA, Sindha e Sindilojas POA). Entre uma resposta e outra, cada postulante escolhia um concorrente para debater um novo tema, o que fez com que em muitos momentos os mesmos assuntos voltassem à baila.

A temática do bloco inicial versou sobre a prevenção contra possíveis novas enchentes. Entre uma manifestação e outra, Juliana trouxe à pauta a educação. Rosário criticou a atual gestão, enquanto Melo e Camozzato retomaram a discussão sobre os alagamentos. _

Ficha técnica

A pesquisa contratada e paga pelo Grupo RBS foi realizada com 900 pessoas, utilizando questionário estruturado, entre os dias 14 e 16 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob protocolo RS-00134/2024.

O que cada um falou

Sebastião Melo (MDB)

Líder na pesquisa Quaest, com 41% das intenções de voto, cinco pontos percentuais acima da medição anterior, de 27 de agosto, Melo defendeu-se das críticas. Sobre a coleta de lixo e a limpeza da cidade após a enchente, alegou que decisão do Ministério Público impediu a conclusão dos trabalhos.

Melo também defendeu sua atuação antes e depois da tragédia ao ser questionado por Rosário:

- Fizemos todas as manutenções, o sistema não resistiu à quantidade de chuva. Agora, só tem um caminho: refazer de forma emergencial. Fazer um sistema robusto.

Maria do Rosário (PT)

Segundo lugar na pesquisa, com 24%, sete pontos abaixo da pesquisa anterior, Rosário precisou também se defender de críticas de Juliana. O confronto direto com Melo ficou apenas para o final.

A candidata do PT criticou a situação do Centro Histórico, abordando a problemática em temas como turismo, segurança e infraestrutura. Ela também assegurou que não aumentará impostos.

- Estou preocupada com as obras do Centro, que tiveram começo, meio, mas não tiveram fim, e não foi só pela enchente, mas também pela inoperância e falta de diálogo - disse.

Juliana Brizola (PDT)

Com o maior crescimento na pesquisa (passou de 11% no levantamento anterior para 17%), Juliana adotou um discurso mais forte contra Melo e Rosário. Seu foco, como de costume, esteve mais ligado a temas de educação, defendendo a expansão das escolas em tempo integral.

- Infelizmente, em muitos setores não estamos encontrando boa gestão. A educação precisa de uma política séria e contínua. Gestão é tudo no poder público - afirmou.

- Sou a favor da escola de tempo integral. Precisamos despolitizar a educação no nosso município - disse a pedetista mais adiante.

Felipe Camozzato (Novo)

O candidato, que manteve o mesmo percentual da pesquisa anterior (3%), disparou contra o trio de adversários. Contra Melo, oscilou entre elogios e críticas. Entre as principais propostas apresentadas, esteve uma ligada à infraestrutura.

- Queremos fazer uma espécie de Lei Rouanet da infraestrutura, onde a gente possa ter projetos já criados pela prefeitura em que o empreendedor e o pagador de impostos da cidade possam optar que parte dos tributos devidos possa ser transferida para a prefeitura na forma de obras entregues e concluídas, fazendo com que a gente acelere as transformações da cidade - explicou.

Valter Junior

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