segunda-feira, 16 de setembro de 2024


16 de Setembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Vitor Netto
Júlia Martins - Supervisora de saúde mental do Médicos Sem Fronteiras

"As enchentes têm muito impacto na saúde mental"

Um dos impactos da enchente de maio nos gaúchos foi também na saúde mental. A gaúcha e supervisora de saúde mental do Médicos Sem Fronteiras (MSF), Júlia Martins, conversou com a coluna sobre o assunto e a respeito do trabalho da entidade no RS.

Quais foram as ações do MSF?

Foram três eixos: apoio à gestão - estadual, municipal e saúde indígena. Um segundo eixo foi com o cuidado à saúde mental de trabalhadores do sistema único de saúde, da atenção primária de saúde e dos centros de atenção psicossocial. E um terceiro, o cuidado às comunidades.

Quais os principais impactos observados no RS?

A saúde integral é um todo, não separa a mental da física. Então, seja como as pessoas vão vivenciar essas situações traumáticas, seja pelo impacto nos serviços, vamos ter uma relação direta nesse contexto de emergência. É muito importante priorizarmos e fortalecermos a saúde mental. E quando falamos de um desastre dessa proporção, sempre trabalhamos nas formações e nos acolhimentos, para atender o que chamamos de reações esperadas, que são formas com que a população em geral lida com isso.

Quais as reações esperadas?

Envolvem reações de estresse, de alarme e têm afetações fisiológicas, motoras e cognitivas. Estamos falando de taquicardia, de sudorese, de hiperatividade, de ficar muito mais disperso, mais ativo, aflição, angústia, agitação, medo e incapacidade de reagir. Isso são reações esperadas diante de uma situação como essa que vivenciamos no RS. Muitas vezes, as pessoas acham que estão vivendo alguma doença, e não funciona assim. Em um segundo momento, quando estamos fazendo a assimilação do evento crítico, podemos ter reações de hesitação. Isso faz parte do processo de lidar com essa situação tão difícil. E podem continuar sentindo ansiedade, dificuldades em relação ao sono e angústia quando chove. As pessoas podem sentir aquele receio traumático e de rememoração. _

Curso de Saúde Baseada em Evidências na UFRGS

O curso de extensão Saúde Baseada em Evidências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está com inscrições abertas. A iniciativa é gratuita e aberta a população interessada no assunto. É possível se inscrever para uma das 70 vagas até o dia 25.

A formação é uma iniciativa do Núcleo de Evidências de Porto Alegre. Para o coordenador, Glauco Caon, o objetivo é seguir uma das premissa da Organização Mundial de Saúde (OMS), que prevê a utilização de provas científicas para embasar decisões na saúde pública.

- Isso é uma maneira de tornar políticas mais assertivas e com menos desperdício de dinheiro.

O curso será realizado às quartas-feiras, entre 18h30min e 20h30min, dividido em nove encontros de 25 de setembro até 27 de novembro.

- Vamos abordar todas as etapas que são necessárias para a realização de uma política informada por evidência. As aulas serão com especialistas da área, mas também com representates do Ministério da Saúde que abordam o assunto - diz Caon.

A extensão terá a participação de professores da UFRGS e da Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). _

Bombeiros gaúchos nas queimadas

O Corpo de Bombeiros Militar do RS está atuando no Mato Grosso do Sul em meio aos incêndios florestais que atingem o Pantanal e o Cerrado. Entre os trabalhos dos 14 oficiais gaúchos que estão atuando, um deles é o salvamento de animais.

- Uma questão que dificulta é o clima. Trabalhamos com temperatura acima de 40ºC e a umidade abaixo dos 10% - comenta o Major Silvano Rodrigues, que está comandando a equipe gaúcha no MS. _

INFORME ESPECIAL

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