quarta-feira, 11 de setembro de 2024


11 de Setembro de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

GPS da Economia

De quem é a culpa por queimadas amazônicas

Faz quase um mês que a fumaça das queimadas na Amazônia - e agora também no Pantanal e até em São Paulo - chega ao sul do Brasil. O que gera esse acúmulo raras vezes visto de focos de incêndio é, outra vez, a mudança no clima provocada por ação humana. Por extensão, todos nós temos responsabilidade nesse drama.

Essa culpa coletiva não tira o peso da outra acepção da palavra: a de quem tem obrigação jurídica de responder sobre o que ocorre em seu território. O governo Lula prometeu dar o tratamento necessário. Mudou o descaso que havia antes, mas ainda não o suficiente. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na região para anunciar medidas de combate às queimadas. Demorou a agir e cedeu palco ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino.

"Chuva boa só em dezembro"

A descrição da situação feita pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, dispensa críticas de oposição:

- É uma crise humanitária. Faltam mantimentos, água e medicamentos para comunidades. Os rios da margem direita do Amazonas estão todos secos. Se o clima mantiver algum padrão, deverá ocorrer chuva esparsa na Amazônia em outubro, o que resolveria o fogo, mas não o enchimento das calhas. Chuva boa só em dezembro. Até lá, a população está sem comida e sem água.

Se nem respirando fumaça entendermos a urgência de mudar hábitos pessoais e práticas de produção, a responsabilidade será cada vez mais difusa. Ambientalistas alertam há anos para o temido ponto de não retorno da floresta amazônica: a cada episódio como este, a Amazônia perde mais cobertura e, em consequência, mais umidade.

Para o RS, é um risco tão grande como o representado pela enxurrada de maio. Ou maior: sem a umidade amazônica que viaja nas mesmas estradas aéreas percorridas pela fumaça, não haverá chuva suficiente para sustentar a produção agrícola gaúcha. Não é uma questão de crença ou descrença: basta olhar para cima. _

Mesmo com unidade parada, Coca contrata

Embora a unidade de Porto Alegre só volte a operar em 2025, a Coca-Cola Femsa está contratando no Estado.

A empresa tem 73 vagas temporárias abertas nas áreas de promoção de vendas, auxiliar de entregas, entregador, motorista, ajudante operacional, conferente e técnico (a) de processo júnior. Os contratados vão atuar nas plantas de Porto Alegre e Santa Maria e nos centros de distribuição de Farroupilha, Pelotas, Santo Ângelo, Vera Cruz e Passo Fundo. É possível se inscrever em gzh.digital/vagascoca. _

Ex-eletricista no comando da RGE

Ricardo Dalan de Vargas, que atuava como gerente de operações de campo, assumiu o comando da RGE, distribuidora do Grupo CPFL Energia.

Dalan, como é conhecido, atua na empresa há 23 anos. Seu primeiro posto foi de eletricista - o profissional que sobe em postes quando há necessidade - em 2001.

Esteve à frente da coordenação logística e operacional para recomposição da rede elétrica destruída na enchente de maio. Assume as operações no Estado com plano de investimentos de R$ 9,3 bilhões até 2028, com obras de melhorias nos 381 municípios da área de concessão. _

Deflação seguida de alta no juro?

Entrevista

Claudinei Elias

CEO da Ambipar ESG

"ESG não perdeu relevância, mas houve ressignificação"

O ESG saiu de moda?

Estamos em momento menos aspiracional e mais pragmático. As empresas focam em iniciativas mais voltadas ao resultado. Empresas mais estruturadas, hoje, não querem só ter práticas. Há uma agenda estratégica, especialmente para as que têm grande exposição. Deixou de ser assunto de prateleira para estar na agenda do conselho, do executivo.

De que forma?

Na indústria de transformação, por exemplo, há grandes iniciativas de mineração urbana, de circularidade e ligadas à valorização de resíduos. Há também visão de riscos e oportunidades dos pontos de vista social e ambiental. A mudança climática está entre os três riscos mais relevantes para qualquer organização, assim como os de cibersegurança, os específicos dos mercados em que as empresas atuam e os geopolíticos.

Há risco de a agenda ESG ficar em segundo plano, prevalecendo o fluxo de caixa?

Certas iniciativas podem perder força, principalmente as mais próximas a uma camada superficial. Mas continua sendo pilar central para a maioria das empresas. A agenda ESG não perdeu relevância, mas houve ressignificação. O mercado mostra que são demandas relevantes. As empresas investem em projetos que sejam palpáveis, concretos, que tenham questões objetivas em relação ao retorno.

Qual o próximo passo da agenda ESG?

Não é moda passageira. A pressão dos investidores, consumidores e reguladores vai aumentar. Os acionistas também querem ter retorno. Então, começam a olhar para essa agenda de forma mais crítica, na perspectiva de risco e retorno. Não é só matemática, é quanto de investimento e de retorno, mas também de impacto que as ações geram. _

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