GPS da Economia
Maior fundo para reconstrução tem R$ 14 bi
A estimativa de perdas de R$ 87 bilhões no RS com o dilúvio de maio feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra que será preciso buscar recursos. A maior fonte é o Fundo Rio Grande (Funrigs), composto pelo dinheiro da suspensão da dívida federal por três anos. A coluna ouviu o secretário de Reconstrução, Pedro Capeluppi, para esclarecer.
Que valor total é previsto?
O valor de recursos da postergação do pagamento da dívida com a União está estimado hoje em R$ 14,1 bilhões. Depende da evolução dos indexadores da dívida ao longo dos 36 meses da suspensão.
Quanto já foi acumulado? Até hoje, houve ingresso de R$ 893,4 milhões.
Desse total, R$ 793,2 milhões são da postergação da dívida e R$ 100 milhões do Fundo de Reforma do RS.
Quanto já foi usado?
?R$ 100 milhões já foram aprovados e pagos no Programa Pronampe Gaúcho.
?Também já foi autorizada a utilização de R$ 293,8 milhões em projetos em fase de contratação. Incluem R$ 10 milhões para a proteção de barragens, R$ 280,5 milhões para a aquisição de quatro helicópteros com visão noturna para o Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Brigada Militar, R$ 2,8 milhões para o novo loteamento de Muçum e R$ 540 mil para o início do projeto para proteger animais.
?Durante a crise e logo após, quando não havia o Funrigs, o Estado teve despesas de cerca de R$ 970 milhões pagas pelo Tesouro do Estado, de horas extras para segurança pública a transferências para a Defesa Civil nos municípios.
Quais as regras para usar esses recursos?
O principal requisito é estar na carteira do Plano Rio Grande e estar ligado aos eventos climáticos de 2023 e 2024. Podem ser de reconstrução, preparação ou aumento da resiliência a eventos futuros. Para entrar na carteira, é preciso passar por um comitê formado por secretários de Estado e pelo governador. Hoje há cerca de cem ações, projetos e programas em carteira. Para financiar com recursos da suspensão da dívida, a ligação a eventos climáticos é reforçada. _
Crime organizado na Amazônia exige medidas econômicas
Combater o crime organizado na Amazônia é essencial para salvar a floresta, sustenta o diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA), Beto Veríssimo. E isso só será possível com geração de emprego e renda voltados à preservação.
Segundo Veríssimo, é preciso enfrentar as causas que permitiram o avanço do crime organizado na região. Lembra que a área tem perfil demográfico diferente do resto do país, com população mais jovem:
- O Brasil perdeu o bônus demográfico, mas a Amazônia ainda tem, com auge em 2030.
- Quem pode sair, sai. Quem tem baixa escolaridade acaba vítima do tráfico de drogas. A Amazônia tem um exército de jovens capturados pelo crime.
A solução envolve a questão fundiária, diz, mas regularizando a posse de quem merece, não de grileiros que fazem negócio com invasão de terras públicas. Um terço da área tem propriedade indefinida, o equivalente a Espanha, França e Alemanha:
- Essa indefinição gera corrida especulativa, entremeada com o crime organizado, que se instalou fortemente na região. É um obstáculo ao crescimento, porque inibe o investimento. A ideia de que a Amazônia tem desmatamento descontrolado envolve risco reputacional. Se não houver investimento de qualidade, terá de má.
A solução, avalia o pesquisador, exige acordo entre Judiciário, Legislativo e Executivo:
Veríssimo diz que zerar o desmatamento em grande escala é medida de natureza econômica, porque cria condições para o investimento de qualidade. _
Vinícola de Canela quer ser pop
Fundada em 1948 por um francês, a vinícola gaúcha Jolimont, de Canela, bebe da diversidade. Oferece 70 rótulos, desde os de entrada até preciosidades de R$ 1,3 mil por garrafa, e ainda vende cervejas, chopes e destilados.
Só nos últimos três anos, investiu cerca de R$ 10 milhões para criar 50 rótulos. Tem 18 lojas na Serra com degustação gratuita para transformar curiosos em clientes. Para o futuro, quer vinho sem álcool. _
Mercado eleva projeção de juro
Em tese, o duro comunicado do Banco Central deveria aplacar a pressão por aumento de juro, mas não deu certo. Ontem, o relatório Focus mostrou que a projeção da maioria dos economistas para a taxa básica no final de ano subiu de 11,25% para 11,5%.
Como só há mais duas reuniões do Copom no ano, ao menos em uma teria de ocorrer alta de 0,5 p.p. para alcançar esse número.
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