Para inglês ver
Enquanto o Brasil queima três de seus principais biomas, a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, o governo Lula anuncia, com atraso, a criação de uma autoridade climática. Essa não é uma ideia nova. Era promessa de campanha do então candidato do PT e foi usada como argumento, na transição, em 2022, para convencer Marina Silva a voltar a integrar a Esplanada.
A estrutura emula a criação de uma autoridade para lidar com temas das mudanças climáticas, como fizera Joe Biden ao nomear o ex-senador John Kerry como "czar" das alterações ambientais nos Estados Unidos.
O que se sabe até agora sobre a versão verde-amarela: o órgão deve ser comandado por um técnico, e não político, e permanecer de alguma forma ligado a Marina e ao Ministério do Meio Ambiente.
Se decidir por uma autarquia ou uma nova secretaria da Presidência com status de ministério, por exemplo, o governo terá forte oposição no Congresso. Nomes como o da atual secretária de Mudança do Clima da pasta do Meio Ambiente, Ana Toni, e dos diplomatas André Corrêa do Lago e Luiz Alberto Figueiredo já foram ventilados.
Mas, se é tão importante a estrutura - e não há dúvida de que o seja -, porque Lula só agora, passados mais de um ano e meio de mandato, criará o órgão? Se é que criará, porque até este momento não há um prazo ou orçamento. Aliás, como se sabe, não haverá eficiência sem autonomia e recursos. Menos do que isso será entendido como mais uma ação para inglês ver, como um fato novo a ser levado para abrilhantar, ao menos na teoria, as falas do presidente aos olhos do mundo na COP29, no Azerbaijão. _
Gaúcha relata problemas ao tentar entrar em Belize
- Perguntaram se tínhamos visto americano. Falei que não, pois sabíamos que não precisava. Então nos deixaram esperando. Depois de atender a todos os outros passageiros, vieram 12 agentes conversar com a gente, nos perguntando qual o motivo da viagem e o que faríamos ali, um interrogatório.
Os agentes obrigaram o casal a mostrar o dinheiro que haviam levado, os cartões de crédito e até as contas bancárias:
- Falaram que era pouco dinheiro e, apesar de mostrarmos o cartão e a conta, que tivemos de traduzir para eles, queriam nos deportar e teríamos de voltar para o Brasil. Falamos que gostaríamos de conversar com a embaixada, porém disseram que o prédio estava fechado e não nos deixaram ligar.
O casal passaria quatro dias em Belize (a viagem de ida). Depois, permaneceriam mais 11 dias na Guatemala e retornariam ao Brasil direto do país vizinho, ou seja, a viagem de volta.
- Iriamos via terrestre para lá (Guatemala) e nos disseram que se entrava por um país de avião, tinha de voltar de avião. O que não é verdade. Foi humilhação atrás de humilhação. Debochavam da gente e chegaram a nos acusar de falsidade ideológica.
Para serem liberados, Daniela e Fábio precisaram comprar passagens de volta para o Brasil em uma agência no próprio aeroporto, pagando quase R$ 4 mil.
- Se não comprássemos, não poderíamos sair dali e seríamos deportados - lembra.
Contato com o embaixador
A jornalista começou a fazer péssimas avaliações sobre o país nas redes sociais e em sites de viagens até que Agemar Sanctos, embaixador do Brasil em Belize, entrou em contato.
- Quis entender o que aconteceu. Disse que isso já aconteceu no passado e, sim, Belize está deportando brasileiros. Só no ano passado, foram 180. Acham que as pessoas vão para lá para atravessar o México e acessar os EUA.
A coluna tentou contato com a Embaixada de Belize no Brasil, mas não obteve retorno. _
Em tempo
No momento em que cria uma autoridade climática, Lula concentrará o poder de decisão nas mãos de um único órgão. Logo, o governo terá de confrontar interesses, inclusive do próprio Planalto, ao analisar, por exemplo, demandas dos ministérios de Minas e Energia e da Agricultura, conciliando com necessidades de maior proteção ao ambiente.
Recuo à vista
Na terça-feira, sua rede começou a suspender os perfis sobre os quais pesavam determinação judicial por envolvimento nos inquéritos sobre fake news e milícias digitais, e a empresa já admite, nos bastidores, indicar novo representante legal da plataforma no Brasil. A batalha, ao menos, por enquanto, pode estar perto do fim.
ONU cita o Rio Grande do Sul em relatório climático
O documento da ONU, apresentado na quarta-feira, mostra como as catástrofes podem impactar a vida das pessoas e das cidades.
A organização cita que o Estado sofreu em 2024 as enchentes mais severas de sua história, com mais de 420 milímetros de chuva, afetando mais de 90% do RS e deslocando mais de 386 mil pessoas.
A World Meteorological Organization também apresenta um estudo do World Weather Attribution, grupo acadêmico que estuda mudanças do clima, que mostra que as inundações no Estado foram fortemente influenciadas pela natureza e pelas alterações climáticas induzidas pelo homem. _
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