30 DE OUTUBRO DE 2021
UM NORTE PARA O ESTADO
Com pista ampliada, surge um novo modal aéreo
Em setembro, depois de longa paralisação, em razão de impasses na retirada das famílias da Vila Nazaré, máquinas na pista e aviões em sobrevoo voltaram a ser uma cena comum no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O panorama é fruto de uma obra da concessionária Fraport que deverá elevar o Rio Grande do Sul a outro patamar de competitividade, a partir de agosto de 2022.
É que hoje, a pista de pouso e decolagem tem 2,28 mil metros, o que permite operações de 9 mil quilômetros, porém com a capacidade de passageiros e carga limitada.
Após a ampliação em andamento, o trajeto terá 3,2 mil metros e tornará possível a operação de aeronaves com carga completa, em distâncias de até 12 mil quilômetros.
Na análise de especialistas, o movimento equivale ao nascimento de um novo modal. E, mais do que um resgate da economia pré-pandemia, trata- se de um salto qualitativo para que o Estado passe a rever, inclusive, parte da sua forma de produção no futuro.
Isso acontece porque atualmente, a partir do Rio Grande do Sul, só se chega a Miami ou Lisboa, ainda assim, com 75% da capacidade dos cargueiros. A realidade é determinante para que a maioria das empresas que utilizam o modal aéreo percorra distâncias de quase 2 mil quilômetros até São Paulo ou Campinas, antes de iniciar os trâmites de desembaraço aduaneiro.
Competitividade
Paulo Menzel, presidente da Camaralog, estima em R$ 13 bilhões a perda de receitas com essa ausência operacional. O presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), Luiz Afonso Senna, complementa e lembra que o fator foi preponderante para que a Dell, fabricante de computadores, desistisse do Estado e se instalasse próxima de um centro capaz de colocar seus produtos em diversos países:
- Se associarmos o custo, inclusive, com a estrutura de receitas, tributos, empregos, que deixa de ficar por causa do aeroporto, talvez R$ 13 bilhões sejam até conservadores. Agora, o Estado passa para outro patamar do ponto de vista da competitividade e atratividade global sob a ótica de logística e de transportes.
hoje: Distribuição e logística
Esta reportagem integra a série que o Grupo RBS preparou para a retomada econômica com iniciativa do setor produtivo.
Quatro temas fundamentais foram mapeados e serão aprofundados pelo Projeto Bússola: capacitação de profissionais, distribuição e logística, sustentabilidade e novas regras sanitárias. A série será veiculada nas superedições de ZH até 13 de novembro.
O conteúdo também está em GZH, no Gaúcha Mais e no RBS Notícias.
Próxima edição (6/ 11):
Sustentabilidade
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