16 DE OUTUBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS
ESPERANÇA NA EDUCAÇÃO
Há consenso de que a educação é a base do desenvolvimento. É o alicerce sobre o qual é possível construir um futuro digno no plano pessoal e o suporte para o progresso de qualquer território. Dar uma formação sólida a crianças e jovens significa forjar cidadãos conhecedores de seus direitos, produtivos, aptos a executar tarefas cada vez mais complexas e capazes de acompanhar e serem sujeitos do avanço tecnológico, em ritmo cada vez mais alucinante. Não é novidade que o Rio Grande do Sul, especialmente no ensino público, vem pecando na tarefa de oferecer condições adequadas de aprendizagem em sua rede. Perdem, de alguma maneira, todos os gaúchos, na forma de uma economia que cresce aquém do potencial ou na eternização de impasses sociais.
Mas já passou da hora de a era das lamentações ficar para trás. Se há muito cobra-se investimento compatível com o desafio de recuperar a qualidade do ensino, deve ser celebrado o lançamento pelo Palácio Piratini do programa Avançar na Educação, com um desembolso previsto de R$ 1,2 bilhão. O aporte com recursos próprios, impensável há poucos anos devido à indigência das finanças, é agora possível pelo esforço empreendido para sanear o Estado, com reformas e privatizações. É sem dúvida uma forma inteligente de alocação de recursos, por tratar-se na verdade de um investimento em capital humano.
A iniciativa do governo gaúcho ataca diversas frentes e deficiências. Promete solucionar problemas estruturais das escolas, disponibilizar computadores para todos os colégios, pagar bolsas em dinheiro para alunos, como forma de evitar evasão, e para professores, como estímulo ao aperfeiçoamento. A criação de escolas-padrão, com internet de alta velocidade, equipamentos atualizados e demais condições materiais modelares traz a esperança de que, em um horizonte não tão largo, seja possível torná-las regra na rede estadual, e não exceções.
São avanços e melhorias, é preciso ressaltar, possíveis graças à busca por reestruturar as finanças do Estado para que possa existir disponibilidade de verba para os serviços essenciais a serem prestados à sociedade, especialmente para os que mais precisam da mão do Estado. Persistir nesta trilha poderá permitir à frente inclusive dar melhor encaminhamento para as justas demandas relacionadas a questões salariais dos professores, os grandes agentes da educação.
O Rio Grande do Sul, décadas atrás, foi exemplo de qualidade do ensino. Ao longo do tempo, conforme se deterioraram as finanças, o padrão foi decaindo e hoje o Estado não está entre as unidades da federação do país que melhor alcançam aos alunos as condições necessárias para um aprendizado compatível com os desafios do presente. O que dirá do futuro. A pandemia, com o longo período de escolas fechadas, levou a um retrocesso na assimilação dos conteúdos ainda mais grave. Aprender significa acumular camadas de conhecimento.
Agora, é esperar que todo o planejado pelo Estado saia do papel conforme foi prometido, no cronograma previsto e, se possível, tenha continuidade nos próximos governos. Assim será possível mais do que recuperar o prejuí- zo recente na aprendizagem. Viabilizará ter a esperança de que os estudantes gaúchos poderão contar com uma educação que permita amealharem consciência e os saberes e competências necessários para crescerem profissionalmente e como cidadãos, ajudando a fazer do Estado um lugar mais próspero e de melhores oportunidades.
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