27 DE OUTUBRO DE 2021
INFORME ESPECIAL
Pressão por reposição vai além dos professores Coração pulsando em Encantado
Não são apenas os professores estaduais que reclamam da falta de reposição salarial desde 2014. Com exceção de categorias específicas, como profissionais da segurança pública, a maioria dos servidores do Estado está sem reajuste há pelo menos sete anos. O problema - que amplifica as pressões sobre o governador Eduardo Leite - é agravado pela inflação.
De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as perdas acumuladas por técnicos com Ensino Superior (engenheiros, veterinários, arquitetos, etc) e especialistas em Saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, etc) se aproximam dos 50%.
O estudo foi encomendado pelo Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs), que conta com cinco mil filiados, a maioria ligada às áreas da Saúde e da Agricultura. Além de apontar as perdas, o trabalho mostra que o custo de vida, nesse período, se multiplicou. Em sete anos, a cesta básica subiu 96,2%. A energia elétrica aumentou 91,4%, e o gás de cozinha, 120,5%.
- Metade do nosso poder de compra foi corroído. Com a inflação em dois dígitos, a situação piorou - diz o presidente do Sintergs, Antonio Augusto Medeiros.
Desde que assumiu a gestão, Leite conseguiu melhorar as finanças do Estado, que voltaram a ter superávit, e vem anunciando investimentos importantes. Mas o equilíbrio das contas ainda é delicado.
Há perspectiva de perdas em 2022, devido a mudanças na cobrança do ICMS, e o cenário de instabilidade política e econômica não dá sinais de trégua. Pelo contrário.
Sensível aos apelos, o governador dificilmente conseguirá postergar a negociação com o funcionalismo. O desafio será atender as reivindicações - justas, sem dúvida - sem inviabilizar o Estado.
De braços abertos sobre o Vale do Taquari, a estátua do Cristo Protetor de Encantado agora tem um coração. A cavidade esculpida no peito do monumento dará lugar a um mirante com acesso por elevador. Ali, será instalada uma vidraça de 3,8 metros de largura por 3,3 metros de altura, com vista para toda a região, rodeada de verde e belas paisagens.
Por trás das mais de mil toneladas de ferro e concreto da imagem, está uma mobilização comunitária incomum, movida pela fé e por um histórico de união. A construção é viabilizada por doações privadas e pelo esforço de um grupo de moradores. A obra começou em julho de 2019 e deve ser inaugurada em 2022.
- Estamos na expectativa de concluir a estátua em janeiro e de finalizar a infraestrutura de acesso até o fim do primeiro semestre do ano que vem. Atrasou um pouco por causa da chuva, mas não temos do que reclamar - destaca o empresário Rafael Fontana, da Associação Amigos do Cristo de Encantado.
Além do apoio de doadores, a entidade vem conseguindo recursos para os trabalhos a partir da visitação pública ao local, aos sábados, domingos e feriados. A cada final de semana, são cerca de mil visitantes. Cada adulto contribui com R$ 20.
Para saber mais informações, basta acessar o site do projeto: cristoencantado.com.br.
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