18 DE OUTUBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS
O RS NA ERA DO CONHECIMENTO
É alentador constatar que iniciativas promissoras ligadas à tecnologia e à ciência florescem em todos os cantos do Rio Grande do Sul. Um destes núcleos de produção de conhecimento é o Hub de Inovação em Inteligência Artificial (H2IA), apresentado em reportagem de Isabella Sander publicada na superedição de Zero Hora. É um projeto ancorado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mas apoiado por empresas e outras instituições públicas, que tenta se consolidar como mais uma bem-sucedida experiência colaborativa entre academia, órgãos estatais e iniciativa privada, arquitetada para ser uma propulsora do desenvolvimento regional.
O hub, composto por alunos e professores da UFPel, foi concebido para criar, por meio de mecanismos da inteligência artificial (IA), soluções sob medida para elevar a produtividade e reduzir custos de empresas, que assim se tornam mais competitivas e têm maior possibilidade de crescer, acompanhando pari passu a mais nova revolução da economia. Por meio da IA, é possível realizar uma série de tarefas que exigem análises de situações e cenários e tomada de decisão, diminuindo margem de erro e aumentando a eficácia da ação. Não apenas em atividades econômicas, mas também em pesquisas desenvolvidas nas mais diversas dimensões da ciência e do conhecimento.
O case da H2IA tem ainda um propósito basilar, não só para Pelotas e circunvizinhanças, mas para o todo o Estado: formar mão de obra qualificada, oferecendo ao mercado recursos humanos com as capacidades exigidas em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia e ávido por inovação. Sabe-se que, no Rio Grande do Sul, existem milhares de vagas abertas na área que não são preenchidas por carência de pessoal com as habilidades demandadas.
O Estado tem plenas condições de, nos próximos anos, suprir paulatinamente esta lacuna. Esforço há. Além de Porto Alegre, cidades como Canoas, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Lajeado, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Rio Grande, entre outras, viram surgir parques tecnológicos junto às suas universidades. Locais onde convivem mentes inquietas, produzem ciência, aplicações práticas e ajudam na lapidação de capital humano. Outras iniciativas como o Instituto Caldeira, o hub colaborativo Transforma RS, o Instituto Hélice, de Caxias do Sul, e a Aliança Empresarial Norte-RS operam como escudeiros e pontos de conexão para fortalecer o ecossistema de inovação do Estado.
O Rio Grande do Sul ostenta o terceiro maior número de startups do Brasil. No ranking de competividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Política (CLP), está em primeiro no quesito inovação e conta com bons indicadores em bolsas de mestrado e doutorado, depósito de patentes e pesquisas científicas. O apoio do poder público está presente. Tudo somado resulta na convicção de que os gaúchos têm potencial competitivo para desempenhar um papel de protagonismo na era do conhecimento.
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