sexta-feira, 9 de dezembro de 2011



09 de dezembro de 2011 | N° 16912
ARTIGOS - Ricardo Felizzola*


Garantindo o futuro do RS

ORio Grande do Sul vive um momento importante: as contas públicas são um desafio permanente, a competição e as oportunidades batem à porta e o Brasil se desenvolve a passos largos em outras regiões. Que futuro está reservado para nós, gaúchos? Como estaremos daqui a 20 anos?

Uma grande oportunidade no mundo moderno é saber competir. E poder ganhar! Está ganhando quem é capaz de inovar, de usar o conhecimento para criar mais valor em seus produtos, seus serviços e nos processos de produção. Esses povos estão ficando ricos.

A base para o conhecimento é o capital humano, em outras palavras, o cidadão educado. Os coreanos nos ensinam repetindo: “... ao fim da guerra, tínhamos somente nossas pessoas...”. Hoje, eles são um país rico, desenvolvido. Tudo baseado na educação, no processo de ensinar seu povo. Lá, as famílias têm paixão pela educação dos filhos, pois sabem que é ela que vai determinar o futuro de todos.

O maior responsável pela educação dos gaúchos é o Estado. Para isto, conta com uma das maiores organizações aqui existentes, que é Secretaria de Educação. Ali, a escola é planejada e através dela o ensino chega à criança. O agente é o professor, nobre cidadão funcionário do Estado.

Lamentavelmente, há o desentendimento continuado entre a organização e os professores e para discutir isto, que é um problema do presente, fruto de um passado de pouca solução, compromete-se o futuro de todos nós através de greves.

Está comprovado que o dia perdido por uma criança sem nada aprender nunca mais pode ser recuperado... Cada hora de aprendizado perdida é definitiva e compromete o futuro daquele cidadão e o de nossa sociedade. Enquanto paramos, nossos competidores em outros países continuam, cada vez aprendendo mais, melhorando continuamente.

Assim sendo, precisamos entender que a discussão do investimento obrigatório e prioritário na educação não pode ser pautada pela simples necessidade corporativa, que quase sempre passa a ser a prioridade de curto prazo e compromete a discussão estratégica do assunto. Nossas crianças merecem muito mais. Nós, gaúchos, merecemos muito mais! Ninguém é dono da educação. Devemos ser todos comprometidos com ela. É questão de sobrevivência.

O processo público de educação precisa de melhor gestão e de liderança inconteste. Precisa atingir metas para os problemas de capacitação dos docentes, no seu reconhecimento e remuneração. Atingir metas para o aproveitamento dos alunos, para o controle da evasão e para o uso dos recursos aplicados na formação completa de cidadãos de futuro.

A agenda 2020 aponta alguns caminhos há algum tempo para a discussão estratégica. As lideranças corporativas, sempre convidadas a participar, nunca foram capazes de se apresentar.

O mundo sabe que o professor é muito mais do que um nobre trabalhador, ele tem de ser reconhecido como mestre e não precisa de ações violentas para buscar seus interesses. Os professores são heróis em toda parte onde se entende de competição, inovação e conhecimento. Assim devem ser no Brasil e em nossa terra.
*Empresário, presidente do Conselho Diretor do PGQP

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