sábado, 24 de dezembro de 2011



24/12/2011 e 25/12/2011 | N° 16927
PAULO SANT’ANA


Regime e dieta

Estava eu de conversa com o amigo e colega Cyro Martins Filho, quando ele me disse que é ex-fumante, que deixou de fumar há vários anos, mas por vezes ainda acorda à noite sonhando com o cigarro.

E eu acrescentei: “Exatamente o que acontece comigo, com uma diferença: por vezes me acordo à noite sonhando com mulher”.

O secretário estadual das prefeituras, Afonso Motta, é casado com minha amiga Adriana Chaves Barcellos.

Ele me contou que esses dias acordou-se pela manhã e Adriana não estava a seu lado. Como ela está fazendo rigoroso regime de emagrecimento, calculou que estivesse transgredindo a dieta imposta e foi até a cozinha. Surpreendeu-a preparando um imenso pão cacetinho, recheado com um ovo frito.

“Mas como?”, perguntou ele.

E ela se explicou: “Acordei-me cedo e fui ler a coluna do Paulo Sant’Ana, que escreveu hoje sobre espaguete à carbonara. Deu-me imensa e irresistível vontade de comer e estou aqui satisfazendo o desejo”.

Por falar em espaguete à carbonara, todas as pessoas que têm mais de 60 anos se recordam com deliciosa nostalgia do Restaurante Spaguettilândia, que tinha duas entradas, uma pela Avenida Borges de Medeiros e a outra pela Travessa Acilino Carvalho, aquela do antigo Cinema Vitória. E foi um dos grandes restaurantes da cidade no século passado.

Durante muitos anos, eu sempre almocei, todos os dias, naquele célebre restaurante.

Invariavelmente, eu pedia um espaguete ao sugo, meia salada mista especial (que vinha com uma fatia de tatu) e uma malzbier. Só às vezes é que, em vez da salada, eu comia um filé à parmegiana. Que coisas boas, o restaurante vivia lotado e ficou famoso um garçom de lá, um negro chamado Manoel.

Pois bem, há quase dois anos, o filho do dono daquele restaurante, Lúcio Masci, italiano, hoje com 73 anos de idade, naquele tempo tinha 24 anos de idade, abriu aqui em Porto Alegre um pequeno restaurante em que repete alguns pratos inesquecíveis do Spaguettilândia.

Pelo menos uma vez por semana eu vou lá comer espaguete à carbonara. Não como filé à parmegiana, o prato líder da casa, porque, como sabem, estou sem saliva e tenho dificuldade para deglutir.

É o melhor carbonara da cidade. O restaurante se chama La Tana e fica na Rua Comendador Credy nº 290. É uma paralela da Nilo Peçanha, proximidades do Iguatemi. Vale a pena, até porque é também o restaurante mais barato da cidade.

Um leitor se manifestou aqui, em voz que lhe dei, contra o fato de eu escrever tanto sobre os chatos.

Pois agora uma leitora vem em minha defesa: “Sou um dos teus milhares de fãs, dos que começam a ler o jornal pela penúltima página. Adoro as tuas crônicas sobre os chatos e faço veemente apelo para que não deixes de escrevê-las.

Tenho todas as tuas colunas sobre chatos arquivadas e elas sempre refletem aspectos da personalidade pitoresca e popular. Sou médica há 30 anos e também tenho certo conhecimento da alma humana. Vai em frente, analisando os chatos. Abraços. (Ass.) Rosa Maria Folha Dallapicola (Rosadalla@hotmail.com)”.

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