sábado, 17 de dezembro de 2011



17 de dezembro de 2011 | N° 16920
NÍLSON SOUZA | NILSON SOUZA - INTERINO


Coadjuvantes

Todos sabemos o que esperar de Messi e Neymar amanhã, quando Barcelona e Santos estiverem em campo para decidir o Mundial de Clubes da Fifa. O argentino é um fenômeno do drible rasteiro, moldado na escola de futebol do clube catalão e perfeitamente integrado num elenco de virtuoses com coração e mente de operários. O brasileiro é uma revelação multitalento, nascido no terreno fértil da Vila Belmiro, onde passaram a germinar craques intuitivos a partir da semente Pelé.

São fora de série, e deles se pode esperar sempre o lance de desequilíbrio numa decisão, mesmo que sejam vigiados o tempo todo pelos carcereiros de Alcatraz.

Difícil é prever o que farão os coadjuvantes – também profissionais qualificados em suas respectivas funções. O Mundial pode ser decidido por uma cabeçada de Puyol, por uma falta de Elano, por um rebote de Piquet, por uma chegada inesperada de Arouca. Os que cercam e marcam, os que se entregam ao coletivo, os que carregam o piano, estes invariavelmente têm o seu momento de brilho.

Correr riscos

Na visão do treinador Paulo Roberto Falcão, a única maneira de derrubar o favoritismo do Barcelona é correr riscos. “O Barcelona caminha em campo quando quer ganhar, e corre quando quer golear. É um favoritismo tão gritante que deve ser utilizado pelo treinador adversário”. Como? Atacando. Falcão acha que existe um motivo simples e definitivo para atacar o Barcelona: já está provado que ficar atrás, apenas se defendendo, é suicídio.

Videogame

Neymar confessou que Puyol, seu provável marcador amanhã, é um dos ídolos preferidos no seu videogame. O santista tem 19 anos, o catalão fará 34 em abril. O improvável confronto é um daqueles momentos de magia que só o futebol proporciona.

ET

Por aqui se costuma dizer que o árbitro ideal para um Gre-Nal seria um extraterrestre, que desembarcasse no estádio na hora do jogo, sem conhecer nem se deixar tocar pelas paixões que movem o futebol local. A primeira impressão que se tem é de que esse foi o critério para a escolha do juiz da final de amanhã: Ravshan Irmatov, do Uzbequistão. Mas é um equívoco. Ele já apitou a final de 2008, entre Manchester United e LDU, e trabalhou em cinco jogos da Copa de 2010. Além disso, o Uzbequistão, na Ásia Central, não é tão inocente no futebol. Até já contratou Felipão para trabalhar lá.

Agora vai

Aprovada pelo Conselho Deliberativo do Internacional, a parceria feita para transformar o Beira-Rio num estádio digno da Copa do Mundo deverá, finalmente, deslanchar. O episódio lembrou o processo de privatização das estatais brasileiras: dói entregar os anéis para manter os dedos, mas a alternativa sem romantismo é a amputação. Resta agora torcer para que não termine em livro de denúncia.

Já foi

Enquanto isso, a Arena do Grêmio cresce “assustadoramente”, como definiu equivocadamente um comentarista outro dia. É impossível passar pela freeway sem ter a atenção voltada para o gigante de concreto que se ergue na margem da rodovia. As notícias sobre acidentes naquele local indicam que alguns motoristas andam se distraindo demais com a visão.

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