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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
13 de janeiro de 2010 | N° 16214
PAULO SANT’ANA
Proibido fumar ao ar livre
Estou assistindo pesaroso e preocupado ao drama do treinador uruguaio Jorge Fossati, do Internacional.
Publicaram uma foto em que Fossati estava fumando no intervalo do treino no Beira-Rio e o mundo veio abaixo. O colunista Mário Marcos de Souza, de ZH, escreveu ontem que Fossati terá de dar explicações à diretoria colorada sobre o ato politicamente incorreto de fumar nos intervalos de treinos.
Fecha-se, assim, sobre Fossati um cerco antitabagista que está dominando o nosso meio: está sendo proibido de fumar ao ar livre.
Eu já sofri, mais de 10 anos atrás, esta mesma restrição profissional que se faz agora sobre o treinador do Internacional.
Eu fumava no meu espaço no Jornal do Almoço, durante a transmissão do meu comentário.
Foi tal a pressão pública para que eu deixasse de fumar, que deixei de fumar no ar.
Mas era dentro de um estúdio, compreende-se que cause revolta ou preocupação o ato de fumar em um ambiente fechado.
Mas o patrulhamento sobre os fumantes vem aumentando gradualmente.
Um leitor manda me dizer que o culpado desse cerco que se faz a Fossati é o fotógrafo que publicou a foto do treinador fumando no fim do treino. “Que interesse tinha aquela foto? Por que o fotógrafo a publicou? Se não a tivesse publicado, deixariam o treinador fumar em paz e ao ar livre.”
Um outro leitor manda me dizer que não tolera essas multidões de fumantes que vão para as calçadas fronteiras aos prédios públicos para fumar, eles sujam as ruas de baganas de cigarro e infestam os transeuntes com sua fumaceira.
No Instituto de Cardiologia, aqui na Avenida Princesa Isabel, todos os fumantes saem de dentro do hospital e vão fumar na frente do hospital.
O problema é que a prefeitura não coloca cinzeiros públicos nas ruas e os fumantes jogam nas calçadas e no meio-fio os tocos de seus cigarros, acesos e apagados, o que em última análise é um atentado à higiene.
Um médico do Instituto de Cardiologia, que me pediu para em hipótese nenhuma divulgar o seu nome, me disse que os visitantes do Instituto de Cardiologia, quase todos eles, vão visitar pacientes que tiveram acidentes cardiológicos e ficam assim tomados de tensão.
Disse-me o médico que nessa hora é desumano não designar lugares para essas pessoas fumarem e aliviarem o seu nervosismo.
Mas reparem bem no que é o patrulhamento antitabagista: o médico não quer saber de divulgar o seu nome, com medo da pressão dos que combatem o cigarro. Ou seja, quem for a favor de que os fumantes possam fumar em algum lugar não tem coragem para empunhar essa ideia, é levado de roldão pelos inimigos do cigarro.
Chegamos a um ponto que nunca pensei tão rapidamente fosse se atingir no Brasil: quer-se proibir os fumantes de fumar ao ar livre.
E isso vai se consolidar muito em breve. Com o treinador Fossati já está acontecendo: levaram-no a decidir que não vai fumar nos jogos, mas já começa a recuar de fumar até em treinos.
Imaginem, num Gre-Nal ou numa Libertadores, escore apertado, e o treinador não pode fumar para aplacar a sua tensão.
Num pênalti, por exemplo, é crueldade proibir um treinador de fumar.
Se o atacante que for cobrar o pênalti for fumante, devia-se permitir que ele fosse até atrás da goleira e desse umas tragadas.
Ninguém aguenta o nervosismo se for fumante.
Sou contra o cigarro e apoio todas as campanhas contra o vício de fumar.
Mas muito dessas campanhas intolerantes se deve ao ciúme dos antitabagistas pelo prazer que os fumantes têm ao fumar.
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