quinta-feira, 28 de janeiro de 2010



28 de janeiro de 2010 | N° 16229
PAULO SANT’ANA


O fim da vida

Logo que surgiu a notícia da morte de Marlene Sirotsky, todos associaram seu vulto a esta esplêndida figura humana que é seu viúvo, Jayme Sirotsky.

Não pudemos vê-lo, ele estava nos EUA com dona Marlene, desembaraçando os atos funerários que culminarão hoje à tardinha com o enterro, aqui em Porto Alegre.

Mas dá para calcular a dor em que estão imersos ele e seus três filhos, Marcelo, Sergio e Milene.

A mão sombria da morte atingiu-os depois de mais de 50 anos de relacionamento conjugal e filial, na rememoração de tantos momentos felizes do casal que se conheceu muito jovem, da mãe que foi embalando seus filhos desde o nascimento até a maturidade, surgindo os netos como recompensa a este convívio estreito e inseparável.

Resta-nos somente partilhar a dor do seu Jayme e de seus filhos com o passamento de dona Marlene.

A morte faz parte da vida. Ela decide que vai levar em seus braços a todos nós.

Melhor que o faça assim, depois de tantos anos de convivência familiar produtiva e afável.

A melhor homenagem que eu poderia prestar a dona Marlene é declarar que não tenho dúvida de que seu Jayme daqui por diante será um homem diferente sem ela, embora cada vez mais vivo e atuante, não lhe faltando virtudes e atributos que possam recuperá-lo do tremendo choque, principalmente a capacidade ilimitada que ele tem de fazer e encantar amigos.

Recebi e transcrevo por ser essencial para o SUS de Porto Alegre a participação da Santa Casa: “Prezado Paulo Sant’Ana: excelente a tua coluna ‘Energia desaproveitada’, publicada na edição do último domingo. Trata-se de mais um bem-vindo capítulo dessa tua incansável e tão necessária campanha pela crescente qualificação da assistência médica e hospitalar aos beneficiários do SUS.

Tens razão quando afirmas que a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre é destaque em nosso Estado no atendimento aos pacientes do SUS. Ao longo de seus 206 anos de história, a Santa Casa jamais deixou de cumprir sua missão de prestar assistência médica e hospitalar a pessoas de todas as condições sociais, sobretudo aos mais necessitados.

Em 2009, a instituição realizou 357.038 consultas, 26.454 internações, 30.990 procedimentos cirúrgicos e obstétricos e 2.078.361 exames diagnósticos e de tratamento aos beneficiários do SUS, o que consolida sua condição de hospital privado que mais atende a esse público no Rio Grande do Sul.

No entanto, a assistência prestada já foi maior, pois tem havido, em anos recentes, crescente diminuição nas cotas que os responsáveis pelo sistema público de saúde destinam aos hospitais privados que atendem ao SUS.

Em 2002, por exemplo, o SUS autorizou 37.175 internações hospitalares nas sete unidades do complexo da Santa Casa, volume que caiu para 26.454 no ano passado. Em 3 de fevereiro de 2009, protocolamos junto ao gestor municipal da saúde uma proposta para ampliação da cota de assistência ao SUS. Ainda não recebemos resposta.

Quanto à emergência SUS para adultos – oficialmente com oito leitos –, temos tido uma média diária de 30 pacientes internados, com os excedentes acomodados em leitos extras e em macas...

Um grande abraço (as.) Carlos Alberto Fuhrmeister – diretor-geral e administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre”.

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