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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
25 de janeiro de 2010 | N° 16226
PAULO SANT’ANA
Epidemia de pernas grossas
O alarma soou quando Juliana Paes apareceu com as pernas grossas no Faustão, livres das saias e das calças usadas nas novelas.
Depois foi com a Patrícia Poeta, no próprio Fantástico, mostrando as pernas assustadoramente grossas.
E terminou com o desfile de mulheres de pernas excessivamente grossas no Big Brother.
Elas parecem que se sustentam sobre moirões.
O que espanta é que elas pensam que ficam bonitas assim.
Não estou falando da Angélica, que já nasceu com as pernas grossas e Deus sabe que sacrifício enfrentou – e deve ainda enfrentar – para afiná-las.
Não ficam bonitas, veem diminuída sua beleza engrossando as pernas.
Não é esse o padrão de beleza clássico das mulheres artistas e rainhas das baterias. Todas estão engrossando demais as pernas e isso pode não ter volta.
Achei que poderia ser um fenômeno proteico, ligado à alimentação, podendo deflagrar um movimento hormonal na direção das pernas.
Mas não é. O que espanta é que as mulheres televisivas estão orgulhosas das suas pernas grossas, quando deveriam, senão envergonhar-se, pelo menos persignarem-se de que podem estar enveredando por um caminho sem volta, engrossando as pernas até isso virar um aleijão.
A causa dessa irregularidade assombrosa deve estar, quase que seguramente, na malhação.
Mas não há forma de malhar sem engrossar as pernas?
Será que elas não calculam o suplício das mulheres que de nascença têm as pernas grossas e são obrigadas a esconder-se atrás das calças compridas para permanecerem no mercado romântico e sensual?
Não posso saber que motivo levou essas mulheres a entenderem que serão mais atraentes se tiverem as pernas grossas.
Está aí o mercado de desfiles de moda a pregar claramente que o caminho para a beleza está na esbeltez.
Não estou pregando que as mulheres todas se projetem na anorexia, o outro extremo que leva a enfeá-las.
Mas essa avalancha de pernas grossas está repercutindo num silencioso repúdio da classe masculina, que, acho, deveria ser o objetivo das mulheres agradar.
Do meu canto anônimo, protesto pela onda de pernas grossas que invade a televisão brasileira e dali se expande em metástase para todo o país.
Não é isto que nós, homens, queremos.
Mas se esse levante de pernas grossas pouco está se importando com a opinião masculina, então retiro o meu time de campo.
Elas que se ralem.
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